Ratinho Junior “sumiu” para não decretar lockdown no Paraná

  • Sumiço de Ratinho Junior em meio a maior crise sanitária do mundo gera críticas

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PDB), vem sendo duramente criticado por autoridades sanitárias e políticos pela falta de pulso firme durante a pandemia. Nos piores momentos do avanço da doença no estado, segundo relatos, o mandatário estadual submergiu-se. Ninguém sabe, ninguém viu.

Com o governo do Paraná, acéfalo, à deriva, há fartos relatos sobre a falta de oxigênio nos hospitais; de pessoas que morrem sem a chance de serem atendidas com dignidade.

“A situação é dramática no Paraná. Carros funerários fazem fila para retirar corpos de vítimas de covid em hospitais de Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Se o governo Ratinho Junior agisse com responsabilidade teria evitado muitas mortes. Ele repete no Paraná a política genocida de Bolsonaro”, disparou a deputada Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT. Ela será entrevistada ao vivo nesta terça-feira (16/3), às 16h, pelo Blog do Esmael.

A petista disse ainda que o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), decretou lockdown na capital devido ao desespero porque ele desconsiderou avanço da pandemia, seguiu Bolsonaro e Ratinho e deu ruim. “Não articulou com prefeitos da Região Metropolitana cuja população usa o sistema de saúde da capital. Se Ratinho continuar negando a pandemia, nada vai dar certo no Paraná”, disse Gleisi.

Os municípios da Região Metropolitana de Curitiba só lançaram um plano com medidas restritivas nesta segunda-feira (16/3), mas ainda não há um pronunciamento do governo do estado.

O decreto do governador Ratinho Junior (PSD), que afrouxou as medidas de enfrentamento à covid, vence nesta quarta-feira (17/3). Por isso ele recebe pressão das comunidades científicas e política como nunca.

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O presidente da Comissão de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Emanuel Maltempi de Souza, disse que decretar restrições tão ou mais rígidas que as adotadas em Curitiba é medida que se impõe para reduzir a circulação de pessoas e frear o contágio do vírus.

Na segunda-feira (15/3), a taxa de ocupação das UTIs para adultos no tratamento da Covid-19 estava em 96%, restando 60 dos 1.618 existentes, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A fila de espera por leitos era de 1.320 pessoas, sendo 612 aguardando vagas em UTIs.

Em seu perfil no Twitter, o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) postou um “card” dizendo que Ratinho Junior sumiu no agravamento da maior crise de saúde do século. “Onde está o governador Ratinho Jr?”, desafia a publicação.

“Governador Ratinho do Paraná desapareceu, a informação que me chega é que estaria em Itajaí, SC, submetendo-se ao tratamento clássico recomendado pelo prefeito daquele município. Se souberem mais detalhes me confirmem pelo Twitter”, pediu Requião no Twitter.

O governador do Paraná entrou em crise, submergiu, porque não quer contrariar o presidente Jair Bolsonaro –defensor de aglomerações, não uso de máscara e de tratamento precoce da covid com remédios ineficazes como a cloroquina.

Também pesou no sumiço do governador do Paraná os recentes protestos de bolsonaristas contra o lockdown. Neste fim de semana, correligionários de Bolsonaro estiveram em frente ao Palácio do Iguaçu, sede do governo estadual, repetindo as asnices presidenciais.