Trump deixa legado de ódio que serve de alerta para o Brasil

Os americanos desaprovaram a tentativa de golpe de Estado com a mortífera invasão no Congresso, no último dia 6 de janeiro, que resultou em cinco mortes. A sensação geral nos Estados Unidos é que Donald Trump deixará como legado o ódio a partir do convencimento de extremistas de que houve fraude nas eleições presidenciais de novembro.

A situação dos EUA serve de alerta para o Brasil, haja vista o presidente Jair Bolsonaro utilizar as mesmas falsas alegações acerca das urnas eletrônicas. No fim de 2020, por exemplo, o mandatário brasileiro disse que era para ‘esquecer’ se não houvesse voto impresso em 2022.

Reiteradas vezes, Bolsonaro tem flertado com o golpe contra as instituições democráticas. A invasão do Congresso, nos EUA, pode ter servido de laboratório para o candidato a ditador tupiniquim.

Os americanos observam que para parte dos 74 milhões que votaram no presidente Trump, os eventos das últimas duas semanas – as cinco mortes, incluindo de um oficial da Polícia do Capitólio, as prisões que se seguiram e o impeachment de Trump – a expulsão de extremistas de plataformas de mídias sociais – não tiveram um efeito pedagógico.

Pelo contrário. As entrevistas nos últimos dias do jornal The New York Time mostram que sua raiva e paranoia só se aprofundaram, sugerindo que mesmo depois que Trump deixar a Casa Branca, um abraço de teorias da conspiração e raiva sobre a eleição de 2020 vai sobreviver, não apenas entre grupos extremistas mas entre muitos americanos.