Apagão de Bolsonaro e Alcolumbre volta deixar Amapá às escuras

Um novo apagão foi registrado no Amapá na noite de terça-feira (17). Dos 16 municípios do estado, 13 estão às escuras. A queda de energia teve início às 20h35 e se prolongou durante a madrugada. As informações são desencontradas sobre as causas da falha no fornecimento de energia elétrica da parte das autoridades locais e federais.

Informações iniciais da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) alegam que o apagão foi por conta de um curto-circuito na Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes.

Já o Ministério da Energia, em nota, confirmou a informação. “O sistema elétrico apresentou instabilidade e as causas estão sendo investigadas. O sistema está sendo restabelecido gradualmente”, disse a pasta.

É o segundo apagão que atinge o Estado neste mês. Há duas semanas, no dia 3, um incêndio na subestação Macapá, da concessionária LMTE (Linhas de Macapá Transmissora de Energia), deixou 14 dos 16 municípios do Amapá no escuro por quase quatro dias.

A LMTE descartou relação com as duas ocorrências. “A Linhas de Macapá Transmissora de Energia informa que o apagão em Amapá nesta noite (17) deve ser confirmado com as autoridades, e que não há nenhum problema no transformador da substacao LMTE”, disse em nota. Ainda segundo o texto, o equipamento segue “operando com alta performance” desde o reestabelecimento, 7 de novembro.

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Parte da distribuição do fornecimento de energia elétrica do Amapá é controlado pela empresa espanhola Isolux. Além disso, técnicos da Eletronorte, subsidiária da Eletrobras – ameaçada de privatização pelo governo Bolsonaro – apontam a falta de manuntenção e o sucateamento do sistema como as causas dos sucessivos apagões.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), aliado do presidente Jair Bolsonaro, tentou minimizar ontem os efeitos do apagão e a responsabilidade do Ministério das Minas e Energia com a falta de uma ação para resolver a atual crise de energia no Amapá.

Privatização é a causa do apagão

A multinacional espanhola Isolux, responsável pelos transformadores, não mantinha qualquer plano de emergência e foi necessária a intervenção dos trabalhadores da estatal Eletrobrás para a reativação de um dos geradores danificados.

Catorze dos 16 municípios do estado ficaram sem luz. Este é mais um exemplo de que a gestão privada em setores essenciais e de interesse público vital é ineficaz e não funciona.

Um incêndio causado por um raio desencadeou o apagão no Amapá. Esse fenômeno natural aconteceu numa subestação entregue ao setor privado e atingiu um transformador. Os dois equipamentos de reserva, que deveriam garantir o fornecimento, estavam quebrados e um deles também foi atingido pelo incêndio.

Técnicos da Eletronorte – uma das subsidiárias da Eletrobrás – apontam o processo de privatização da estatal e a terceirização dos serviços de distribuição de energia elétrica no estado como os fatores responsáveis pelo longo apagão, que penaliza a população de Macapá.