PSOL pede à PGR para que Weintraub responda por racismo após ofender chineses

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados enviou uma representação à Procuradoria-Geral da República contra o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, pelo crime de racismo. O partido pede a instauração de inquérito administrativo, civil e criminal.

O motivo da ação são as postagens racistas e xenófobas que o ministro fez em sua conta no Twitter no último sábado, em que usou uma imagem de um gibi da Turma da Mônica para ofender o povo chinês e ridicularizar a forma de falar de imigrantes de ascendência chinesa no Brasil.

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A Embaixada da China no Brasil respondeu aos comentários do Ministro da Educação em sua conta no twitter, afirmando que suas postagens têm “cunho fortemente racista”, causando “influências negativas” nas relações bilaterais entre os dois países. O governo chinês pediu ainda a “alguns indivíduos do Brasil” a pararem com acusações infundadas.

Economia

Para os parlamentares, além de propagar o racismo e xenofobia contra chineses e seus descendentes, e contribuir com a desinformação acerca do novo coronavírus, “o ministro da Educação do Brasil também ofende e desafia a República Popular da China, parceiro comercial fundamental do Brasil, e ameaça a boa relação e a cooperação entre os países, fundamentais para minorar as dificuldades apresentadas no combate à propagação da Covid-19”.

“Faz coro também às lamentáveis iniciativas do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da república, que há duas semanas causou um incidente diplomático ao acusar a China de ser responsável pela pandemia em suas redes sociais”, apontou. Entre as violações, os deputados do PSOL apontam para a Constituição Federal e os Tratados Internacionais de Direitos Humanos. E lembram que a prática do racismo constitui crime inafiançável e que lei prevê a reclusão de dois a cinco anos e multa. “É inaceitável, no Estado Democrático de Direito, que o racismo seja proclamado, abertamente, nas redes sociais de um Ministro de Estado”, alertaram.

Além do inquérito, os parlamentares querem indenização a ser paga pelo ministro. O dinheiro seria revertido para organizações de direitos humanos de acolhimento aos imigrantes.

As informações são do PSOL.