O ministro da Justiça, Sérgio Moro, pode perder um “braço” no governo Jair Bolsonaro (PSL): o braço chamado COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Para se ter uma ideia da importância do COAF, foi o órgão quem implodiu no começo deste ano o ‘Caso Queiroz’ que envolvia o então deputado e atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Além de ajudar descobrir funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do Rio, o COAF detectou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Fabrício Queiroz — ex-assessor do filho do presidente da República.
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Pois bem, nas últimas horas o ex-juiz Moro lançou uma ofensiva nas redes sociais objetivando manter sob seu guarda-chuva o COAF recém-transformado numa espécie de Gestapo [polícia secreta da Alemanha nazista] na Justiça.
O diabo é que até empresários e políticos bolsonaristas temem que o ministro Sérgio Moro utilize politicamente informações financeiras para atingi-los, por isso a reação e a proposta de devolver o COAF para o Ministério da Economia.
Ensandecido, o ministro da Justiça tuitou oito vezes — somente neste sábado (27) — sobre o COAF. Abaixo, nós destacamos dois, onde Moro responde o próprio Moro:
Há discussão no Congresso para ele voltar para a Economia. Respeitosamente, não é o melhor. O Min. Guedes não quer. Qualquer decisão será, por óbvio, respeitada, mas estamos conversando com os parlamentares para mantê-lo. No combate ao crime, integração é a chave.
— Sergio Moro (@SF_Moro) 27 de abril de 2019
O COAF é órgão de inteligência contra a lavagem de dinheiro. Não se combate o crime atualmente sem enfrentar a lavagem de dinheiro. Tem que confiscar e asfixiar economicamente o crime organizado. Corrupção também.
— Sergio Moro (@SF_Moro) 27 de abril de 2019
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.