Zé Dirceu alerta Bolsonaro: ‘Aquela cadeira de presidente queima’; assista ao vídeo

O Blog do Esmael entrevistou nesta terça-feira (11) o ex-ministro José Dirceu. Ele falou sobre sua autobiografia, Lula, PT, Sérgio Moro, Bolsonaro, mensalão, mídia, Curitiba ‘capital da lava jato’, do estágio da disputa pelo poder, enfim, alertou ao presidente eleito: ‘Aquela cadeira queima’. Confira a íntegra.

Dirceu afirmou que o maior acerto de Lula foi manter-se fiel ao povo, fiel às suas origens, por ter lutado para que os brasileiros fizessem parte do Brasil, que a produção de sua riqueza fosse distribuída aos trabalhadores.

ASSISTA AO VÍDEO:

“Foi um período de diálogo e de consenso. O Brasil cresceu e se desenvolveu, inclusive com distribuição de renda”, recobrou.

“Os erros nós cometemos muitos. O maior deles foi não organizar o povo. Nem o partido [PT] nem as esquerdas. As reformas nós não tínhamos no parlamento. O governo Lula é um case de sucesso social.”

“A disputa política e cultural, o nível de organização popular fez falta no embate do mensalão, nas manifestações de junho de 2013, no impeachment da Dilma e na própria prisão de Lula”, disse.

Economia

Para Dirceu, a esquerda não soube lidar com a guerra cibernética durante a campanha eleitoral.

Perguntado sobre as penas dele [Dirceu] e do ex-presidente Lula, cuja condenação partiu de apenas um juiz [Sérgio Moro], o ex-ministro da Casa Civil lamentou a omissão ou participação do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com ele, o Congresso também embarcou na onda, sem a devida precaução, criando leis como da organização criminal, antiterrorismo, delação e que modifica o Código de Processo Penal (CPP). “A ideia [errada] de que violência se combate com mais violência”, disse.

“Quem investiga não pode acusar, quem acusa não pode investigar”, criticou ao comentar a autorização do STF para que PF e MPF homologuem delações premiadas.

Dirceu disse que não sente cheiro de impeachment do presidente eleito Jair Bolsonaro. “Não. Ele foi eleito. Nós participamos e está legitimado. Ele tem apoio do establishment. Tem consórcio militar-jurídico-político-financeiro-policial que está determinado a exercer o poder no Brasil. “É um governo militar-civil”, analisou.

José Dirceu disse que “aquela cadeira queima” quando ele [Bolsonaro] sentar lá. “Vamos deixar ele governar”.

O ex-ministro fez questão de desmitificar o título de Curitiba como capital da lava jato. “Quase toda elite está envolvida com a corrupção da lava jato”, considerou ao lembrar que o PSDB encarna os malfeitos no Paraná.