Intervenção provoca mais uma morte na Rocinha; é a 9ª desde sábado

Uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) nesta segunda-feira-feira(26) provocou a morte de mais um morador da Rocinha. A ação militar aconteceu dois dias depois da morte de oito pessoas no último sábado(24) na comunidade. Nos depoimentos na Delegacia de Homicídios, os PMs disseram que faziam combate ao tráfico de drogas. As famílias dos mortos dão outra versão: a polícia invadiu um baile funk na comunidade e, segundo testemunhas, chegou atirando.

Um dos mortos é Matheus da Silva Duarte. Parentes e amigos dizem que ele era dançarino de um projeto social. Ele tinha acabado de chegar de uma festa de 15 anos e resolveu dar uma passada no baile funk na localidade chamada de Roupa Suja. Acabou atingido pelas costas. As armas dos PMs envolvidos no episódio foram recolhidas para uma perícia.

A população da Rocinha vive um clima terror, com tiroteios diários e operações militares violentas, que resultaram em mortes de pessoas sem vínculos com traficantes ou milicianos.

No entanto, as forças de segurança prosseguem a intervenção com resultados pífios no combate ao crime organizado e às milícias, que atuam nas comunidades pobres do Rio de Janeiro. O balanço do primeiro mês da intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro não apresentou o desmantelamento de nenhuma facção criminosa e tampouco a prisão de um chefe do tráfico ou da milícia. Quanto as armas apreendidas, a maioria indica que foram desviadas das próprias forças de segurança.

Até o momento a intervenção é sinônimo de tiro, porrada e bomba para os moradores da Rocinha e de outras comunidades. Como denunciava a vereadora do PSOL, Marielle Franco, executada no centro do Rio, o modelo de segurança vigente “criminaliza as comunidades pobres da cidade”.

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