Coluna do Ricardo Gomyde: Para onde vai o Brasil?

Ricardo Gomyde, em sua coluna deste sábado, dá um mergulho na história política e na economia clássica para defender que o país deve continuar se desenvolvendo e avançado mais com a reeleição de Dilma; "Hoje, na atual campanha eleitoral, sob o pretexto de que a economia é uma ciência exata, próceres da oposição difundem a esmo análises que são verdadeiras metafísicas, contendo uma falsa e vaga representação do mundo real", observa o colunista, fazendo parâmetro à s peças publicitárias do início dos anos 90 visando privatizar as estatais; "Daí a prioridade para a união de todas as forças comprometidas com o combate à  bandeira dos conservadores para fundar no presente a racionalidade política que poderá ajudar na construção de um processo capaz de fazer nosso país seguir avançando e promovendo mudanças"; leia o texto e compartilhe.
Ricardo Gomyde, em sua coluna deste sábado, dá um mergulho na história política e na economia clássica para defender que o país deve continuar se desenvolvendo e avançado mais com a reeleição de Dilma; “Hoje, na atual campanha eleitoral, sob o pretexto de que a economia é uma ciência exata, próceres da oposição difundem a esmo análises que são verdadeiras metafísicas, contendo uma falsa e vaga representação do mundo real”, observa o colunista, fazendo parâmetro à s peças publicitárias do início dos anos 90 visando privatizar as estatais; “Daí a prioridade para a união de todas as forças comprometidas com o combate à  bandeira dos conservadores para fundar no presente a racionalidade política que poderá ajudar na construção de um processo capaz de fazer nosso país seguir avançando e promovendo mudanças”; leia o texto e compartilhe.
Ricardo Gomyde*

Boa parte dos problemas econômicos brasileiros se deve ao fato de o país nunca ter investido de verdade em um caminho definido de desenvolvimento. Nunca instituímos, para valer, uma economia planejada e um Estado de bem-estar-social. Em 2002, elegemos Luis Inácio Lula da Silva e começamos a experimentar a sensação de que havíamos enfim atravessado aquele deserto. Desde então, o Brasil avançou em muitos setores essenciais para o progresso social. Hoje, aquele tempo em que o povo não era levado em conta parece distante. Parece!

Digo parece porque surgiram, no debate eleitoral atual, os que propõem o retrocesso, o retorno ao longo inverno antidemocrático !” primeiro com a ditadura militar e, depois, mais mitigado, com a “era FHC” !”, em que o povo era chamado apenas para pagar as contas dos desastres provocados pela administração do Estado voltada para os privilégios de uma ínfima minoria da sociedade. O debate, resumidamente, tem sido assim: de um lado, estão os que veem a questão social como prioridade; de outro, estão os defensores do “mercado”.

à‰ óbvio que quando se fala em mercado! o conceito tem pouco a ver com aqueles de Adam Smith, considerado um dos principais pais! da economia moderna; as estruturas de classes nas sociedades já não são nem sombra do que foram quando o capitalismo dava seus primeiros passos. Hoje, mercado!, para os que sonham em levar o Brasil para o retrocesso, é sinônimo de ciranda financeira, especulação à s custas do suor do povo. No fundo, esse debate traduz os conflitos sociais que atravessaram praticamente todo o século XX no Brasil.

Recentemente, em 24 de agosto, completaram-se 50 anos da morte de Getúlio Vargas, uma marcante figura da nossa história por ter liderado um processo fundamental para o desenvolvimento do país. Com a Revolução de 1930, iniciamos o aumento e a distribuição da renda nacional. Predominou, enquanto Vargas governou, a tese de que o Estado poderia estimular !” e mesmo condicionar !” o desenvolvimento econômico. Na margem oposta, estava outra corrente ponderável, com os professores Eugênio Gudin e Otávio de Bulhões à  frente, que negava a capacidade prática planejadora do Estado.

Desde então, esse debate passou a constituir um campo fértil de análises. No ciclo militar, contudo, o país sangrou e, do ponto de vista econômico, foi uma mediocridade (altos os índices de inflação e de desemprego e baixos os níveis de crescimento do PIB) em cujo legado é difícil encontrar qualquer coisa de positivo. Depois desse período, no rol da ruindade presidencial Fernando Henrique Cardoso (FHC) não foi muito diferente (reforma do setor público e estado mínimo). E chegamos à  eleição de Lula, que possibilitou a construção de sociedade relativamente harmônica, ou pelo menos equilibrada. Era uma boa premissa para se trabalhar em um projeto nacional, que avançou consideravelmente com a reeleição de Lula em 2006 e a eleição de Dilma Rousseff em 2010.

Economia

Hoje, na atual campanha eleitoral, sob o pretexto de que a economia é uma ciência exata, próceres da oposição difundem a esmo análises que são verdadeiras metafísicas, contendo uma falsa e vaga representação do mundo real. Querem, novamente, fazer ressoar pelo país aquelas ideias das campanhas publicitárias promovidas para vender as privatizações, as reformas que tiram direitos do povo e métodos autoritários para lidar com as reivindicações populares. Em seus prognósticos, questões como a melhoria dos níveis de renda, dos investimentos e do consumo popular não devem entrar como a alma da economia brasileira.

A experiência desse ciclo Lula-Dilma mostra que à  medida que problemas sociais são resolvidos outros surgem e exigem soluções efetivas. E essa contradição se reflete na luta política !” um relevante aspecto da disputa entre as forças interessadas no desenvolvimento do país e os agrupamentos ligados aos interesses financeiros. Daí a prioridade para a união de todas as forças comprometidas com o combate à  bandeira dos conservadores para fundar no presente a racionalidade política que poderá ajudar na construção de um processo capaz de fazer nosso país seguir avançando e promovendo mudanças.

*Ricardo Gomyde, especialista em políticas de inclusão social, foi membro da Comissão Organizadora da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Escreve nos sábados no Blog do Esmael.

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