Veja por que o acordo Mercosul-União Europeia é mau negócio para a economia do Brasil

O diabo é que a longo prazo todos nós estaremos mortos, como preconizou certa feita John Maynard Keynes, economista britânico cujas ideias fundamentaram o New Deal norte-americano.

O Ministério da Economia jura que até 2035 –daqui 15 anos– a relação bilateral entre o comércio exterior brasileiro e a União Europeia terá um incremento US$ 100 bilhões.

“Com relação ao comércio bilateral, as exportações brasileiras para a UE apresentarão quase US$ 100 bilhões de ganhos até 2035”, diz um comunicado da pasta de Paulo Guedes.

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Se o governo Jair Bolsonaro (PSL) festeja R$ 115 bilhões em quinze anos, o que dizer de uma penada só ele mesmo [o governo] pretende transferir R$ 100 bilhões –um quarto do suposto aumento do PIB– para bancos privados com o suposto objetivo de conceder crédito a pessoas físicas e jurídicas?

Até aonde o conhecimento alcança, a União Europeia pretende vender produtos industrializados para o Brasil e este, ao que parece, sob a liderança de Bolsonaro, tende a reforçar o papel de exportador de commodities (matérias primas) para os países desenvolvidos. Portanto, haverá um ‘upgrade'(melhora) nas exportações do agronegócio e um ‘downgrade’ (queda) nos empregos industriais aos locais.

Economia

Em setembro de 2017, o então senador Roberto Requião (MDB-PR), ao despedir-se da presidência da Eurolat, o parlamento euro-latino, denunciou que “entregam o país ao capital multinacional, para eles o único com capacidade para empreender, reservando para os nacionais a tarefa de produzir commodities agrícolas e minerais. Além de fornecer mão-de-obra barata, semiescrava”. Continua atualíssimo o discurso.

Resumo da ópera: a longo prazo todos estaremos mortos e a economia do Brasil enterrada.