Líder do PP explica como implodiu federação com União Brasil e isolou Moro

Em entrevista exclusiva ao Blog do Esmael, durante a Caravana Federativa em Foz do Iguaçu, o deputado Toninho Wandeescher (PP-PR), líder da bancada paranaense na Câmara dos Deputados, relatou que o Progressistas derrubou a federação com o União Brasil para impedir Sergio Moro de concorrer ao governo do Paraná nas eleições de 2026 e preservar a aliança comandada pelo governador Ratinho Júnior (PSD-PR).

Wandeescher afirmou que a fidelidade ao projeto político do governador foi determinante e que havia um compromisso nacional, com a bênção do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), para inviabilizar Moro.

Segundo o parlamentar, a federação só implodiu porque a direção do PP manteve a palavra e alinhou a sigla ao governador. Em público, ele foi direto.

“Não posso apoiar o Sérgio Moro. Temos compromisso com Ratinho Júnior.”

O líder relatou que o acordo foi costurado com Ciro Nogueira e que, se o ex-juiz fosse mantido como candidato da federação União Brasil-PP, ele próprio deixaria o partido.

“Se Moro prevalecesse, eu sairia do PP.”

Nos bastidores acompanhados pelo blog na tríplice fronteira, prefeitos e parlamentares da base de Ratinho Júnior comemoraram o movimento. A percepção dominante é que Moro, apesar do desgaste acumulado com sua atuação na Lava Jato, ainda mobiliza uma militância radicalizada e poderia rachar o campo conservador paranaense, abrindo espaço para candidaturas da centro-esquerda. Entre elas, a de Requião Filho (PDT-PR), que formalizou aliança com a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) para disputar o Palácio Iguaçu.

Fontes próximas ao governo Ratinho disseram que a decisão do PP foi tratada como “ponto de não retorno” na relação com o ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, hoje senador pelo União Brasil. Moro, que enfrenta resistência crescente desde sua atuação judicial politizada, perde mais um fiador no Paraná.

Wandeescher também qualificou Ciro Nogueira como interlocutor confiável e reforçou que o PP seguirá com o governador. Para ele, o movimento bloqueou tentativas de Moro de se reerguer politicamente por meio da federação.

Após o embate político, o deputado elogiou a Caravana Federativa liderada pela ministra Gleisi Hoffmann, que levou mais de 130 prefeitos e dezenas de vereadores a Foz. Wandeescher citou assinaturas de convênios nas áreas de educação, habitação e esporte e afirmou que prefeitos “foram valorizados pelo governo federal”.

O registro em Foz expôs um pragmatismo diferente do rótulo nacional do partido. Embora o PP tenha no plano federal uma direção mais à direita sob Ciro Nogueira, a banca paranaense liderada por Wandeescher opera com ponte direta com o governo Lula e prefeitos aliados de todas as cores, sem ruptura com Brasília. Pelo contrário, a Caravana Federativa, conduzida pela ministra Gleisi Hoffmann com Itaipu e a base federal, consolidou prestígio local e mostrou que o PP-PR não navega na lógica de confronto nacional, mas na garantia de obras, convênios e entregas aos municípios.

Após os eventos na tríplice fronteira, a avaliação entre líderes municipais e parlamentares ouvidos reservadamente foi de que Ratinho Júnior saiu politicamente desgastado. A pré-candidatura de Requião Filho, alinhada à Federação Brasil da Esperança, ganhou tração, enquanto Alexandre Curi (PSD-PR), presidente da Assembleia Legislativa, mostrou musculatura própria e articulação autônoma.

O recado, na prática, foi dirigido ao governador: se insistir em outro nome que não Curi, alertavam dirigentes, o mandatário cessante no Palácio Iguaçu corre o risco de não levar seu escolhido ao segundo turno na sucessão de 2026.

A política, mais uma vez, expôs que alianças territoriais superam rupturas ideológicas. E que promessa, quando cumpre conveniências, torna-se pedra fundamental no jogo de poder.

One Reply to “Líder do PP explica como implodiu federação com União Brasil e isolou Moro”

  1. Só digo uma coisa. A conta chegará para este sujeito. Pois quando vc se move para prejudicar uma pessoa, só por discordar politicamente dela, vc está indo contra os preceitos de Deus. Deus está providenciando a conta a ser paga por este sujeito. E será bastante alta. Pode anotar

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