Faltando apenas dez dias para as eleições presidenciais de segunda turno, agendadas para o dia 15 de outubro, o cenário eleitoral no Equador apresenta resultados divergentes, porém, sinalizando empate técnico nas pesquisas de intenção de voto entre os candidatos Daniel Noboa, da aliança ADN, e Luisa González, do movimento Revolução Cidadã.
O país se encontra nessa situação eleitoral devido à medida de dissolução do Parlamento e antecipação das eleições presidenciais e legislativas decretada pelo presidente Guillermo Lasso.
A empresa Comunicaliza, liderada pelo consultor Álvaro Marchante, coloca Daniel Noboa à frente de Luisa González.
Segundo a pesquisa, Noboa possui uma intenção de voto de 41,5%, enquanto González obtém 36,4% dos votos gerais (ou seja, considerando o universo total de entrevistados).
Os indecisos representam 12,4% e os votos nulos e brancos somam 9,7%.
Quando consideramos apenas os votos válidos (ou seja, excluindo nulos, brancos e indecisos), Noboa atinge 53,28% e González, 46,72%.
Este cenário sugere uma queda de dois pontos percentuais para Noboa em relação à última pesquisa realizada pela Comunicaliza.
A empresa Telcodata, vinculada à família do ex-candidato presidencial Jan Topic, aponta para um empate técnico entre Daniel Noboa e Luisa González.
De acordo com esta pesquisa, Noboa possui 36,7% das intenções de voto, enquanto González obtém 36,4% dos votos gerais.
Os indecisos representam 15,9%, nulos 8,7%, e brancos 2,3%.
Telcodata destaca que os votos indecisos podem desempenhar um papel crucial nesta eleição acirrada.
A empresa Negócios & Estratégias, liderada pelo consultor Iván Sierra, atribui 39% das intenções de voto a Daniel Noboa e 38,63% a Luisa González, considerando votos gerais.
Um percentual considerável, 17,07%, permanece indeciso, enquanto os votos nulos e brancos somam 5,3%.
Maluk Research, liderada pelo consultor econômico Omar Maluk, coloca Luisa González em primeiro lugar, com impressionantes 47,6% das intenções de voto, enquanto Daniel Noboa fica em segundo lugar, com 45,5% dos votos gerais.
Os votos nulos e brancos somam 6,9%. Quando analisamos apenas os votos válidos, González mantém a liderança com 51,1%, enquanto Noboa obtém 48,9%.
É importante notar que as pesquisas foram realizadas em diferentes datas: Comunicaliza nos dias 3 e 4 de outubro, Telcodata e Negócios & Estratégias em 2 de outubro, e Maluk Research de 1 a 5 de outubro.
Todas as pesquisas foram realizadas após o debate eleitoral obrigatório, que ocorreu em 1º de outubro.
De acordo com o Código da Democracia, as pesquisas de opinião podem ser publicadas até dez dias antes das eleições, ou seja, até 5 de outubro.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) autorizou 25 pessoas naturais e jurídicas a realizar pesquisas de opinião, bem como cinco pessoas naturais e jurídicas para realizar “exit poll” ou pesquisas de boca de urna.
Este cenário eleitoral incerto demonstra a importância dos votos indecisos e da mobilização dos eleitores nas próximas semanas.
O resultado final das eleições presidenciais no Equador permanece uma incógnita, e a disputa está longe de ser decidida.
Eleições históricas no Equador
O Equador está prestes a fazer história nas eleições presidenciais de 2023.
No próximo dia 15 de outubro, o país decidirá entre Luisa González, candidata do movimento Revolución Ciudadana, e Daniel Noboa, representante da aliança ADN.
Se González vencer, será a primeira mulher eleita presidente nas urnas, além de representar a volta ao poder do correísmo – correligionários do ex-presidente Rafael Correa.
Se Noboa vencer, será o presidente mais jovem da história do país.
Primeira mulher presidente?
Luísa González é a oitava mulher a concorrer à Presidência da República desde a volta à democracia em 1979, mas é a primeira a chegar ao segundo turno.
González segue os passos de outras mulheres que tentaram a presidência do Equador desde 1979, incluindo Rosalía Arteaga, que assumiu brevemente a Presidência em fevereiro de 1997 após a queda do roldosista Abdalá Bucaram.
Outras candidatas notáveis incluem Ivonne Baki (2002), Cynthia Viteri (2006 e 2017), Martha Roldós (2009) e Ximena Peña (2021).
O presidente mais jovem da história?
Por outro lado, Daniel Noboa, com seus 35 anos, tem a chance de se tornar o presidente mais jovem da história do Equador.
Com 85,54% dos votos válidos apurados, Noboa obteve 2.065.205 votos, representando 23,94% do total.
O atual detentor do título de presidente mais jovem é Jaime Roldós, o primeiro presidente após o retorno à democracia em 1979.
Roldós tinha 38 anos quando foi eleito e morreu em um acidente de avião em 24 de maio de 1981.
O que vem por aí
Quem for eleito será o décimo sexto governante do país desde o retorno à democracia e encerrará o período para o qual Guillermo Lasso foi eleito; ou seja, ficará no cargo até 23 de maio de 2025.
Este segundo turno promete ser um marco na história política do Equador.
Independentemente do resultado, o país terá um novo rosto na presidência – seja uma mulher ou um jovem líder.
No entanto, a candidata da esquerda Luisa González continua a favorita para vencer no segundo turno.
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