O auxílio emergencial não pode ser objeto de chantagem, diz Dilma Rousseff

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), em artigo especial, disse neste domingo (28) que o auxílio emergencial não pode ser objeto de chantagem por parte do presidente Jair Bolsonaro.

Para a petista, o Congresso Nacional deve eliminar a possibilidade de a União utilizar o auxílio emergencial para incentivar o negacionismo quanto à pandemia, chantageando governadores.

“Punir os governadores fere a cláusula pétrea da constituição federal, como o respeito ao princípio federativo e o dever do estado de prover saúde como direito de todos”, afirmou Dilma.

No texto, a ex-presidenta defende um pacto nacional deve garantir auxílio emergencial até o fim da pandemia e vacinas para todos já.

Além do auxílio emergencial, Dilma Rousseff disse que o pacto deve impor o uso obrigatório de máscaras, distanciamento social, veto a aglomerações,

A ex-presidenta também lançou a hashtag #PelavidaForaBolsonaro para marcar seu artigo.

Economia

Leia a íntegra do artigo:

Brasil precisa de mutirão pela vida

No Ceará, o presidente negacionista Bolsonaro se superou: conseguiu ser pior do que ele mesmo, pois causou aglomerações, desprezou o uso de máscara para enfrentar a pandemia, negou a gravidade da doença e chantageou os governadores, dizendo que se eles restringissem a circulação de pessoas e adotassem o necessário distanciamento social para evitar o contágio e as mortes deveriam assumir o pagamento do auxílio emergencial.

É uma indignidade. O auxílio emergencial não pode ser objeto de chantagem. É justamente quando o país está no auge da pandemia, com 251 mil mortes, colapso hospitalar e falta de vacinas, que os pobres devem receber uma renda mínima do Estado para sobreviver e alimentar suas famílias sem se expor à morte, à doença e ao colapso dos serviços de saúde.

Punir os governadores fere a cláusula pétrea da constituição federal, como o respeito ao princípio federativo e o dever do estado de prover saúde como direito de todos. É uma atitude genocida, pois acrescenta ao desprezo pelas medidas para barrar as doenças e as mortes a chantagem, com o objetivo de impedir que os governadores o façam.

A OMS disse que a “situação da pandemia no Brasil é uma tragédia” e que “não faz sentido deixar de combater o contágio com o argumento de que isso prejudica a economia”. É o que o negacionista Bolsonaro faz desde o começo da crise, com negligência, desprezo pelos mortos, incapacidade de gestão e mau exemplo para os cidadãos.

O Congresso, ao votar a PEC Emergencial, deve eliminar a possibilidade de a União utilizar o auxílio emergencial para incentivar o negacionismo quanto à pandemia, chantageando governadores.

Precisamos de um mutirão pela vida. Um pacto capaz de impor o uso obrigatório de máscaras, distanciamento social, veto a aglomerações, auxílio emergencial até o fim da pandemia e vacinas para todos, já.

#PelavidaForaBolsonaro

Dilma Rousseff, ex-presidenta da República.

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