O governador põe Curi, Greca e Guto na vitrine e tensiona sucessão no Paraná

A sucessão no Paraná entrou em nova fase, com o governador Ratinho Júnior acionando Alexandre Curi, Rafael Greca e Guto Silva para as inserções do PSD, estratégia que expõe o trio, acirra o jogo interno e mostra que o Palácio Iguaçu quer testar força, capilaridade e disciplina antes de sacramentar o nome que disputará o governo em 2026.

O gesto desmonta a leitura de consagração automática de um favorito e indica um movimento de laboratório político. Quem converter imagem em musculatura e manter o tom de unidade ganha metros na pista; quem atrasar o passo ou tensionar a corda perde espaço e pode ser empurrado para fora do cockpit eleitoral.

Ratinho não abre mão da narrativa oficialista.

O “método Paraná”, repetido nas gravações, aparece como selo de gestão, estabilidade e cooperação institucional. Na peça que viralizou nos bastidores, Alexandre Curi se apresenta como presidente da Assembleia Legislativa e defende que o Estado “não perdeu tempo com brigas ideológicas”, antes de convocar o eleitorado a “seguir junto, sem deixar ninguém para trás”. O governador encerra com “retroceder jamais” e “bora acelerar”.

Rafael Greca e Guto Silva também gravaram vídeos semelhantes, o que eleva a temperatura nos corredores do Centro Cívico. O “tri-prefeito” de Curitiba surge como vitrine urbana, vitrine de gestão e ativo eleitoral na capital, enquanto Guto apresenta-se como ala técnica do governo, ligada à formulação de políticas para as cidades.

A vitrine múltipla revela jogo duplo: união aparente e competição real.

O PSD tenta segurar a tampa da panela num momento sensível do Estado, ainda marcado pela reconstrução no Sudoeste após a tragédia climática. A ordem pública é não dar sinais de racha, mas a disputa umbilical corre solta, com aliados calibrando discursos e avaliando quem carrega melhor o projeto, quem fala para dentro e quem alcança o eleitor comum.

Segundo o TSE, as inserções do PSD irão ao ar na terça-feira (11), na quinta-feira (13) e no sábado (15), sempre entre 19h30 e 22h30. O calendário reforça o ensaio coletivo: o eleitor vê, o partido mede, o governador observa.

Nos bastidores, a leitura é que Ratinho Júnior decidiu abrir a pista para os três nomes, enquanto segura o acelerador da decisão final. A lógica é simples: quem tem a caneta manda no tempo, e o tempo, hoje, é o ativo mais precioso do Palácio Iguaçu. O PSD anda sobre linha fina: unir, testar, não romper.

As mensagens exibidas reforçam a aposta na continuidade e alimentam a disputa silenciosa por protagonismo dentro do partido. O objetivo é manter a hegemonia estadual, mas a operação exige cuidado, porque a mesma luz que projeta também revela ambições e fricções.

A sucessão paranaense entra na fase da vitrine e do fio da navalha. Ratinho Júnior sinaliza que não tem pressa, mas mostra que quem quer ser precisa aparecer, convencer e agregar, sem ultrapassar o traçado político da casa. A arte será manter o PSD inteiro enquanto os motores esquentam. Continue acompanhando os bastidores do poder pelo Blog do Esmael, onde a verdade não se esconde.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *