Moro e Alvaro sob ataque nas vésperas da virada do ano e das eleições de 2022

O suspeito ex-juiz Sergio Moro e o senador Alvaro Dias, ambos do Podemos do Paraná, estão sob fogo cerrado. A idoneidade deles está sendo questionada nas vésperas da virada para 2022, ano de disputa eleitoral.

Menos 24 horas depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) colocar Moro no bico do corvo, questionando quanto ele ganhou na Alvarez & Marsal, na recuperação judicial de empresas como Odebrecht, e se o ex-juiz cometeu a criminosa “revolving door” –porta giratória– prática em que o servidor público tira vantagem quando migra para a mesma área no setor privado.

Agora é a vez da Folha de S.Paulo, aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), buscar no fundo do baú, mais precisamente em 1998, a informação de que o doleiro Alberto Youssef, pivô da Lava Jato, financiou uma das campanhas eleitorais do senador Alvaro Dias.

Alvaro Dias é o  aliado político de Sergio Moro, juiz símbolo da operação. Foi o senador paranaense quem levou o ex-juiz da Lava Jato para a política e o filiou no Podemos.

Segundo a Folha, duas empresas de Youssef em 1998 pagaram R$ 21 mil (o equivalente a R$ 88 mil em valores atualizados) à campanha a senador de Alvaro Dias, hoje no Podemos e à época no PSDB.

“Na época, eu fiz a campanha do senador Alvaro Dias, e parte dessas horas voadas foram pagas pelo [Luis] Paolicchi, que foi secretário de Fazenda da Prefeitura de Maringá, e parte foram doações mesmo que eu fiz das horas voadas”, disse Yousseff à CPI da Petrobras, em 2015, quando o doleiro encontrava-se preso por ordem de Moro.

Economia

Bolsonaro pede para deputado Giacobo disputar o Senado contra Alvaro Dias no Paraná

Queda de Sergio Moro nas pesquisas faz Ratinho Junior repensar apoio a Alvaro Dias no Paraná [ouça]

Guto Silva é a “arma secreta” de Ratinho Junior para apear Alvaro Dias do Senado

O ex-secretário Paolicchi foi figura central na virada do século em um escândalo de desvios na Prefeitura de Maringá —coincidentemente a cidade natal de Moro. Paolicchi foi encontrado morto em outubro de 2011.

Alvaro Dias encaminhou à Folha documento do Ministério Público paranaense que afirma que, após diligências e depoimentos, procedimento relacionado a esse relato foi arquivado em 2004 por falta de provas.

O jornalão paulistano lembra que Dias chegou a ser citado nas investigações da Lava Jato, mas, ressalta, nunca foi processado no âmbito da operação comandada pelos agora correligionários Deltan Dallagnol [ex-procurador, que vai concorrer à Câmara] e Sergio Moro [pré-candidato a presidente da República].

Sob ataque da velha mídia bolsonarista –e pelos bolsonaristas–, Moro e Dias poderão alegar que estão sofrendo “lawfare”, uma guerra jurídica, amplamente usada pela Lava Jato contra Lula e o PT. Lawfare nada mais é que a manipulação das leis como um instrumento de combate a um oponente desrespeitando os procedimentos legais e os direitos do indivíduo que se pretende eliminar.

Enquanto Alvaro Dias cai na “frigideira” nas vésperas da virada do ano e das eleições de 2022, o presidente Jair Bolsonaro determinou que o deputado Fernando Giacobo, presidente do PL no Paraná, entre no aquecimento para a disputa pela única vaga no Senado na disputa eleitoral vindoura.