Ensandecido, Bolsonaro fala em jogar com as “armas” contra o STF

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), surtado, ensandecido, falou na noite desta quarta-feira (04/08) jogar com as “armas” contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de investigá-lo no âmbito do inquérito das fake news. A decisão de incluir o mandatário na investigação foi do ministro Alexandre de Moraes.

Ao programa “Pingo nos Is”, da Jovem Pan, o presidente ameaçou dizendo que poderia pegar em armas se o STF resolver jogar fora das linhas da Constituição Federal –fato que Bolsonaro vem constantemente fazendo. Ele disse que vai jogar, se preciso for, com as armas do outro lado.

“Ainda mais um inquérito que nasce sem qualquer embasamento jurídico, não pode começar por ele [pelo Supremo Tribunal Federal]. Ele abre, apura e pune? Sem comentário. Está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está, então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição”, afirmou o presidente Bolsonaro durante a entrevista.

Para o presidente, a investigação contra ele deveria ter começado pela PGR (Procuradoria-Geral da República). No entanto, o procurador Augusto Aras tem prevaricado na função ao agir como “advogado” de Bolsonaro.

A ação das fake news foi aberta na gestão de Dias Toffoli, no STF, e a relatoria é de Alexandre de Moraes. Bolsonaro foi incluso na investigação a pedido, por unanimidade, dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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“O meu jogo é dentro das quatro linhas [da Constituição]. Se começar a chegar algo fora das quatro linhas, eu sou obrigado a sair das quatro linhas, é coisa que eu não quero. É como esse inquérito, do senhor Alexandre de Moraes. Ele investiga, pune e prende? É a mesma coisa”, atacou Bolsonaro.

“Estão se precipitando. Um presidente da República pode ser investigado? Pode. Num inquérito que comece no Ministério Público e não diretamente de alguém interessado; esse alguém vai abrir o inquérito, como abriu? Vai começar a catar provas e essa mesma pessoa vai julgar? Olha, eu jogo dentro das quatro linhas da Constituição. E jogo, se preciso for, com as armas do outro lado. Nós queremos paz, queremos tranquilidade. O que estamos fazendo aqui é fazer com que tenhamos umas eleições tranquilas ano que vem”, ameaçou mais adiante, ainda na entrevista à Jovem Pan.

Com o objetivo de atacar o sistema eleitoral e minar a confiança das urnas eletrônicas, Jair Bolsonaro afirmou que venceu as eleições de 2018 no primeiro turno –o que não é verdade, obviamente. “Eu volto a dizer, pelo meu sentimento, pelas minhas andanças pelo Brasil, pelo que aconteceu: nós ganhamos disparado no primeiro turno”, disse.

Após a suposta facada, em setembro de 2018, Bolsonaro venceu no segundo turno o petista Fernando Haddad por estreitos 53,13% a 44,87%.

Atualmente, segundo todos os institutos de pesquisas sérios, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria a disputa no primeiro turno, se as eleições fossem hoje.

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