Desafiado por Moro, Tony Garcia prova que era infiltrado da Lava Jato
Os diálogos vazados da Operação Spoofing, especificamente do grupo de Telegram “Filhos de Januário”, trouxeram à tona evidências que comprovam as acusações feitas pelo empresário Tony Garcia contra o ex-juiz Sérgio Moro e a Operação Lava Jato. De acordo com as conversas, Tony Garcia afirma ter atuado ilegalmente como um “agente infiltrado” da Lava Jato, recebendo ordens diretas de Moro para buscar informações que pudessem comprometer desafetos e adversários políticos. Abaixo, você assiste um vídeo com as declarações.
Em entrevista ao PodCast do Esmael, sistema de comunicação do Blog do Esmael, Tony Garcia repetiu na terça (6/6) que fora obrigado a “trabalhar” para a força-tarefa até executar gravações de 33 alvos de procuradores e Moro. Além disso, nesta quarta (7/7), ele postou cópia de petição na qual informava a compra de dois aparelhos celulares para gravar adversários políticos e ideológicos da Lava Jato.
A esse respeito, o ex-juiz Sergio Moro tentou desqualificar Tony após a entrevista ao PodCast do Esmael:
“Prendi muitos bandidos na minha carreira como juiz. Não me surpreende que alguns queiram se vingar. Agora, o PT dar crédito a um ladrão que fantasia, em 2023, ter sido o pivô do mensalão e do impeachment revela que muita gente perdeu o senso do ridículo”, disse Moro.
No enanto, os diálogos da Operação Spoofing da Polícia Federal revelam um diálogo entre o procurador Athayde Ribeiro Costa e Januário Paludo, em que discutem a produção de uma “prova” no âmbito da Lava Jato. Nesse contexto, Paludo menciona que essa jurisprudência já havia sido utilizada em 2005 na operação TNT, na qual o colaborador era Tony Garcia. Apesar de não terem anulado essa prova, ela era ilegal, uma vez que não havia previsão legal para a atuação de agentes infiltrados na legislação brasileira.
Tony Garcia é um empresário e político paranaense conhecido por seus investimentos e campanhas políticas ousadas. Ele esteve envolvido em delações contra figuras políticas importantes, como o ex-governador Beto Richa e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Em entrevistas recentes, inclusive ao Blog do Esmael, Tony decidiu revelar as ilegalidades cometidas por Sérgio Moro durante a Operação Lava Jato, afirmando que atuou como um “agente infiltrado” do Ministério Público por dois anos e meio, criando provas ilegais contra diversas pessoas, incluindo o ex-governador Beto Richa. Ele também relatou ter sido pivô em um esquema que chantageou os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) com imagens comprometedoras em uma suposta “festa das cuecas“.
Essas revelações trazem à tona questionamentos sobre a conduta da Lava Jato e a legalidade de suas ações. Os diálogos vazados corroboram as acusações feitas por Tony Garcia, evidenciando uma atuação fora da lei por parte da operação. Essa situação levanta debates sobre a ética e a falta de imparcialidade no sistema judicial brasileiro, além de destacar a importância da transparência e do cumprimento rigoroso da legislação no combate à corrupção.
“Após esse escândalo das conversas entre procuradores da Lava Jato e Moro, sugiro aos senadores Renan e Randolfe, que colham assinaturas para abertura de uma CPI no senado da república. O país precisa passar essa história nefasta a limpo. O presidente Lula merece saber da armação”, retomou Tony Garcia.
O Senado previa votar um requerimento de vocação de Garcia hoje, no entanto, devido ao feriado prolongado, as sessões nas comissões mais importantes e do plenário foram canceladas.
Aqui você assiste a entrevista de Tony Garcia ao PodCast do Esmael:
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