Principal quadro jurídico e político no governo, a ministra Damares Alves (Direitos Humanos) pode ser a “arma secreta” do presidente Jair Bolsonaro para tomar de assalto o Supremo Tribunal Federal (STF).
No ano passado, Bolsonaro disse que indicaria alguém “terrivelmente evangélico” para a próxima vaga no STF.
Damares, terrivelmente evangélica, preenche o principal requisito do presidente da República, que, em novembro, irá indicar o substituto do ministro Celso de Mello. O decano, por ora desafeto de Bolsonaro, vai se aposentar compulsoriamente ao completar 75 anos.
Entretanto, a ministra Damares Alves disse em entrevista à Rádio Jovem Pan, nesta quinta-feira (17), que não se sente à altura do cargo de ministra do STF.
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“Aquele espaço é para notório saber jurídico e estou há muitos anos fora da área jurídica, estou somente no direito Legislativo. Não me sinto à altura de ser indicada para a Suprema Corte, quero continuar no chão de fábrica, trabalhando pelo Brasil, pelas crianças”, afirmou a ministra.
Apesar do “altruísmo” de Damares, há um sentimento no presidente Bolsonaro de que ela é um dos principais quadros jurídicos do governo.
“O que pesa muito é que a toga das ministras não são cor-de-rosa, não vou para uma corte que eu não possa vestir uma toga cor-de-rosa”, ironizou a ministra Damares Alves, tratando com despretensão um assunto pesado que é a escolha de um “terrivelmente evangélico” para o Supremo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.