Bolsonaro veta dinheiro da merenda escolar às crianças carentes, denuncia Gleisi Hoffmann

A deputada Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, pelo Twitter, abriu fogo contra o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à distribuição do dinheiro da merenda escolar para as famílias de alunos carentes.

“Bolsonaro é irresponsável”, criticou a parlamentar petista. “Vetou o projeto do Congresso que distribuía o dinheiro da merenda escolar para famílias de alunos carentes”, denunciou.

Gleisi disse que a merenda escolar, na maioria das vezes, é a principal refeição das crianças. Sem aula, elas não comem e passam fome.

“Essa refeição é, em muitos casos, a mais importante que a criança tem no dia. É um governo medíocre!”, protestou Gleisi Hoffmann.

A presidenta nacional do PT acredita que, se houve juízo final um dia, Bolsonaro irá queimar direto no fogo do inferno.

A proposta aprovada pelo Congresso previa que os recursos financeiros recebidos para aquisição de merenda escolar fossem transferidos para pais e responsáveis dos estudantes durante a pandemia do novo coronavírus.

Economia

De acordo com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), 10 parcelas mensais (de fevereiro a novembro) são destinados para a ajuda na alimentação de estudantes durante os 200 dias letivos. Essa verba sai do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Atualmente, diferente do projeto aprovado pelo Congresso, os alimentos são comprados com esse dinheiro e distribuídos para as famílias dos alunos nos municípios. Isso porque as escolas continuam fechadas.

LEIA TAMBÉM

 

Papa Francisco diz que ‘seria triste’ se vacina contra a Covid-19 fosse primeiro para os ricos

O papa Francisco voltou a falar nesta quarta-feira (19) sobre a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e afirmou que “seria triste” se a vacina contra a doença, quando descoberta, fosse dada prioritariamente para os ricos.

“Seria triste se, com a vacina para a Covid-19, se desse a prioridade para os mais ricos. Seria triste se essa vacina virasse propriedade dessa ou daquela nação, se não fosse universal para todos. E que escândalo seria se toda a assistência econômica que estamos observando se concentrasse a resgatar indústrias que não contribuem com a inclusão dos excluídos, à promoção dos últimos, ao bem comum ou ao cuidado com a criação”, disse o Papa durante a audiência geral.

O Pontífice ainda destacou o avanço da Covid-19 nas populações mais vulneráveis e o aumento da desigualdade no mundo.

“A pandemia mostrou a difícil situação dos pobres e a grande desigualdade que reina no mundo. E o vírus, mesmo que não faça exceção entre as pessoas, encontrou, em seu caminho devastador, grandes desigualdades e discriminações. E ele as ampliou!”, ressaltou.

Para o líder católico , a resposta para resolver a pandemia deve ser “dupla”, sendo que “de um lado, é indispensável encontrar a cura para um vírus pequeno, mas tremendo, que colocou o mundo inteiro de joelhos” e “de outro, precisamos curar um outro grande vírus, o da injustiça social, da desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção das populações mais frágeis”.

Até o momento, são mais de 160 vacinas em estudos contra o novo coronavírus, sendo que seis delas – e a polêmica vacina russa Sputnik V – estão na última fase de testes.

Por ANSA/Brasil

UBES entra na Justiça pela suspensão das aulas em Manaus

Estudantes e professores já protestaram contra uma retomada insegura das aulas em Manaus. O Amazonas reabriu escolas da capital no dia 10 de agosto, sendo o primeiro estado com volta às aulas presenciais desde o começo da pandemia de coronavírus, em março. Apesar de ter apresentado um plano de segurança, na prática as escolas não possuem os equipamentos previstos, nem itens básicos de higiene.

Retomar as aulas presenciais tem sido um sonho para estudantes em tempos de pandemia, mas secundaristas se preocupam com sua segurança, da sua família, de funcionários e toda a sociedade. A UBES já entrou com uma ação judicial para isso e lança hoje o site https://m.ubes.org.br/abaixo-assinado-covid-amazonas para abaixo-assinado contra o Retorno Presencial dos Estudantes e Profissionais da Educação às escolas amazonenses.

“Temos vontade de voltar às aulas, mas nos preocupamos muito com nosso trajeto até a escola, com a falta de estrutura de segurança, com parentes que moram com alunos e estão no grupo de risco”, conta Sara Guimarães, vice-UBES no Amazonas.

A presidenta da UBES, Rozana Barroso, também destaca que para retornar as aulas presenciais é preciso diálogo. “Nós precisamos formar uma comissão com os profissionais de educação, da saúde, com os estudantes e com o Secretário de educação. Tudo que nós não precisamos são de máscaras largas, de falta de materiais, de aglomeração, de professores sem materiais de proteção e de represálias aos estudantes que denunciam o descaso nas escolas”. Rozana reforça que a Ubes repudia o retorno às aulas presenciais no Amazonas pela maneira irresponsável que foi feita.

“Nós temos muitos problemas na educação básica e precisamos de soluções. Precisamos de uma escola que esteja de verdade preparada pra nos receber e de políticas que combatam o agravamento da desigualdade social, da fome e da exclusão digital”, finaliza.

Situação delicada

A estudante e vice-UBES Sara lembra também que, como está programado um rodízio de estudantes, ainda precisam de estrutura e acesso à internet em casa, para os dias em que estarão no lar.

Kallel Naveca, estudante de Manaus e diretor da UBES, explica que a situação é muito delicada pois estudantes se preocupam com o ano letivo e, muitas vezes, com o sonho de entrar na universidade. Por outro lado, precisam de segurança básica para isso.

Nada disso foi pensado ou conversado com estudantes. “Nós gostaríamos de dialogar com o governo para organizar a volta às aulas”, termina Sara.

Responsabilidade dos estudantes

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) afirma que entrou com uma “Ação Civil Pública” pela suspensão das aulas, uma vez que as medidas anunciadas pelo estado não estão sendo adotadas nem fiscalizadas.

Em julho, a entidade secundarista instituiu um Fórum para avaliar o ensino remoto e o plano de volta às aulas nos estados. Neste espaço, a diretoria da entidade defende uma série de cuidados para a retomada das atividades presenciais.

Desde o começo da crise do coronavírus, a UBES tem uma postura de responsabilidade e denúncia sobre a falta de planos nacionais, tanto para o ensino remoto quanto para a retomada das aulas presenciais em segurança.