Bolsonaro manda pastor Ricardo Arruda, do PL, disputar a Prefeitura de Curitiba

O deputado estadual pastor missionário Ricardo Arruda (PL) poderá concorrer à Prefeitura de Curitiba nas eleições de outubro deste ano. A determinação partiu de seu correligionário e dileto amigo Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente, que ficou chateado com a suposta aproximação do prefeito Rafael Greca (PSD) com o Partido dos Trabalhadores (PT) na capital paranaense.

Bolsonaro tomou abuso de Greca após o prefeito curitibano elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT, ambos adversário ferrenhos do ex-presidente, que teme ser preso nos próximos dias em virtude de sua participação no planejamento do frustrado golpe de Estado em 8/1 – segundo investigações da Polícia Federal (PF).

Além de bolsonaristas, Greca também desagradou os lavajatistas com direito a reação em vídeo do ex-deputado cassado Deltan Dallagnol (Novo), que ficou magoado com o elogio do alcaide ao futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que tomará posse na quinta-feira (22/2).

Dallagnol também se anuncia como pré-candidato a prefeito de Curitiba nas eleições de 2024 – a despeito das controvérsias sobre sua inelegibilidade, após condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por “fraude à lei”.

“Não se engane! O atual prefeito de Curitiba apoia políticos comunistas”, alertou o “pastor” Deltan em sua pregação nas redes sociais. “O que esperar de alguém que diz que o atraso da Linha Verde é culpa da Lava Jato?”, disse o ex-procurador referindo-se a Greca.

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Deltan Dallagnol: “Não se engane! O atual prefeito de Curitiba apoia políticos comunistas”

Diante desse cenário, o PT trava uma luta umbilical sobre a tática eleitoral em Curitiba. Uma ala considerada minoritária, liderada pelo jornalista e ativista social Milton Alves, defende candidatura própria do partido, enquanto o chamado campo majoritário, reunidos na tendência CNB (Construindo um Novo Brasil), advoga a tese da frente ampla sob a liderança do deputado e ex-prefeito Luciano Ducci (PSB). Entretanto, um movimento embrionário no petismo trabalha pela aproximação com o “companheiro” Greca e, consequentemente, com seu vice Eduardo Pimentel (PSD), candidato a prefeito.

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No PT, a ala que pede candidatura própria flerta com Greca e Pimentel. Os petistas que têm horror à frente ampla alegam que o prefeito não é um lavajatista, no entanto, os que desejam um arco de alianças maior dizem que Greca quis proibir o acampamento “Lula Livre” nos arredores da Polícia Federal, quando Lula ficou ilegalmente preso por 580 dias na capital do Paraná.

Ricardo Arruda virou a “arma secreta” de Bolsonaro em Curitiba não só em virtude de Rafael Greca ter feito o “L”, mas também pela aproximação do governador Ratinho Junior (PSD) do Palácio do Planalto. O mandatário estadual embarca nesta segunda-feira (19/2) para os Estados Unidos e, ao que parece, não estará presente na manifestação do ex-presidente na Avenida Paulista, dia 25. Greca e Ratinho são do mesmo partido e do mesmo grupo político.

Pimentel e Greca são engenheiros, no entanto, eles estão na ponta dos "políticos" como vice e prefeito, respectivamente.
Pimentel e Greca, após ataques de Bolsonaro e Deltan, caem nas graças de setores do PT.

Caso o senador Sergio Moro (União-PR) seja cassado pelo TRE-PR e uma eleição suplementar ocorra para o Senado, casada com a disputa pela prefeitura, Bolsonaro tende a fechar questão com o ex-deputado Paulo Martins (PL). O ex-presidente vem desencorajando sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro de concorrer à vaga do ex-juiz da Lava Jato.

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