Apesar do aumento da procura, Hertz demite 10 mil funcionários por causa do coronavírus

Mesmo não precisando demitir, os empreendimentos como o aluguel de carros da Hertz estão aproveitando a tragédia humana do coronavírus para maximizar seus lucros como jamais foi visto antes.
Os indicadores mostram que a procura pelo aluguel de carros da Hertz pela internet, nos últimos 28 dias, subiu 7,64%. Os dados são da SimilarWeb, que vem medindo o impacto do coronavírus em alguns setores da economia mundial.

Antes que prossigamos, dois esclarecimentos fundamentais:

1. À medida que o vírus se espalha globalmente, os países estão lentamente fechando suas fronteiras. As restrições de viagem foram decretadas e, para muitos, férias em um país estrangeiro parecem mais arriscadas do que divertidas. Seguir o setor de turismo permite que você entenda como o coronavírus afeta a economia globalizada. Isso inclui viagens aéreas, hotéis, aluguel de carros, cruzeiros e muito mais. Por exemplo, o monitoramento cuidadoso do tráfego nos sites de reserva de hotéis pode fornecer uma compreensão da magnitude do impacto do coronavírus nesse setor, bem como um sinal precoce de retorno à normalidade.

2. Necessariamente, o aumento pela procura por aluguéis de carro não significa –automaticamente– no crescimento da atividade em si, ou seja, que as pessoas estejam efetivamente alugando carros em todo o mundo.

Mas o que realmente chamou a atenção do Blog do Esmael para esta notícia, em específico, é que a pandemia de coronavírus está sendo utilizada em todos os países capitalistas para eliminar postos de trabalho.

Mesmo que não precisem demitir, os empreendimentos estão aproveitando a tragédia humana para maximizar seus lucros como jamais foi visto antes.

Economia

A gigante de aluguel de carros Hertz está demitindo 10 mil funcionários na América do Norte após o enorme massacre do coronavírus no turismo, informou a empresa na terça-feira (21).

A Hertz disse que o downsizing (redução de custos ou tamanho) equivalente a 26,3% de sua força de trabalho global, que se tornou necessária após o aumento de cancelamentos e o declínio de reservas futuras à medida que as viagens e o turismo diminuíram.

A empresa divulgou os cortes de empregos em um depósito de títulos, dizendo que os cortes foram efetivos em 14 de abril para funcionários não sindicais e 21 de abril para trabalhadores sindicalizados.

A Hertz espera gastar US$ 30 milhões em ações trabalhistas, principalmente em indenizações.

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Coronavírus “engole” shopping tradicional de Curitiba

Muitos empreendimentos estão aproveitando a tragédia humana do coronavírus para reestruturar seu negócio. Nós já discutimos isso, aqui no Blog do Esmael, desde o início da pandemia decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

As novas modalidades de prestação de serviços, online ou delivery, são os pretextos para o encerramento de atividades que já vinham mal das pernas antes mesmo da Codid-19. Até porque a crise econômica no País é preexistente, ou seja, existiu ao longo do ano e três meses do desastrado governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes.

Antes de algum desavisado grite não “politize o coronavírus!”, ora um esclarecimento: os povos estão sendo infectados ou não em virtude de escolhas políticas de seus dirigentes, vide o caso do Estados Unidos que pagam um preço alto pela demora da ação de Donald Trump; a política social e de investimentos na saúde também influenciam na quantidade de casos de coronavírus confirmados e de mortes numa determinada nação.

Dito isto, voltemos à vaca fria, isto é, ao fato de o coronavírus engolir um shopping inteiro na capital paranaense.

O PolloShop anunciou nesta semana o fechamento de suas portas após 25 anos de funcionamento. Inaugurado em julho de 1995, o shopping de Curitiba não chegou a um consenso do valor do aluguel com os donos do terreno, localizado no bairro Alto da XV. Esta é versão oficial do empreendimento.

O shopping reconhece enfrentava dificuldades por conta do valor do aluguel, do baixo fluxo de clientes, e da crise econômica brasileira. Disseram ainda que tentaram renegociar o valor do aluguel, mas que não houve acordo.

A decisão acontece durante a pandemia do coronavírus, que já registra 373 casos confirmados e 11 mortes na capital paranaense. Conforme a administração do PolloShop, os donos do terreno quiseram um aumento do valor do aluguel.

“Com a crise estabelecida pelo surto da Covid-19, a administração do empreendimento ficou impossibilitada de arcar com o alto valor do aluguel do imóvel”, diz um trecho da nota dos administradores.

Além disso, também foi enviado um informe para todos os comerciantes. Eles devem se organizar e entregar as 220 lojas em um prazo de 30 dias.

Contudo, a direção do PolloShop diz que fechou um acordo com outros quatro shoppings de Curitiba para receber os lojistas que quiserem dar continuidade a suas operações com uma carência temporária de aluguel. O combinado foi feito com os empreendedores do Jockey Plaza, Ventura Mall, Shopping Cidade e Shopping Jardim das Américas.

O número de empregados que perderam seu trabalho nas 220 lojas não foi informado, até porque, na cabeça desses empreendimentos, o funcionário é apenas um detalhe. Também não há nenhuma informação sobre como eles serão indenizados pelo abrupto encerramento do contrato laboral.

Ninguém havia perguntado [até agora] ‘cadê os empregados’ do shopping que foi engolido pelo coronavírus? Quantos trabalhadores estão sendo esquecidos pelas autoridades nessa crise da Covid-19?

Coronavírus engoliu o shopping de Curitiba
Os administradores do shopping ressaltaram que a decisão de fechar vem em um processo desde 2014. Segundo eles, a economia do país está em um processo de retração no consumo. Além disso, justificam que as mudanças do comportamento do consumidor diminuiu o fluxo nos shoppings centers e do varejo.

“Com isso, os pequenos lojistas e centros comerciais, voltados quase que exclusivamente para compras tendem a desaparecer”, avalia a administração.

Esse cenário gerou, segundo os donos do PolloShop, uma diminuição dos valores dos aluguéis do país. Contudo, esse não foi o caso do shopping.

“Neste meio tempo, a direção do empreendimento tentou várias vezes buscar entendimento para um acordo. Mais uma vez foi pedida a redução dos valores ou a opção para os proprietários do imóvel assumirem a operação do shopping para preservar o interesse dos lojistas, mesmo com prejuízo dos sócios do empreendimento, mas não houve acordo”, completa.

Polloshop funciona há 25 anos
Inaugurado em 1995, o PolloShop surgiu como uma grande solução para os pequenos comerciantes e confeccionistas enfrentar os grandes shoppings, que permitem a operação de grandes lojas, redes de varejo e franquias de grandes marcas.

O PolloShop foi pioneiro na árvore solidária de Natal, onde o cliente podia retirar um cartão com as informações de uma criança carente e presenteá-la. O projeto beneficiou mais 25 mil crianças e adolescentes. Além disso, também criou também o Bazar Fashion, que permitiu o público comprar peças de lançamento de estação com até 70% de desconto.

Por fim, também surgiu o Stúdio PolloShop, que além dos programas temáticos, trouxeram diversos desfiles ao vivo, com looks montados com peças das lojas do shopping. E por último, a criação de um portal especial com conteúdos sobre variedades que vão desde moda à atualidades mundiais.

O empreendimento contava, atualmente, com um mix de 220 lojas, distribuídas em moda feminina, masculina e infantil, acessórios, tecnologia, produtos para casa, presentes, papelaria, brinquedos, cafés e restaurantes.

Leia a íntegra da nota do PolloShop

“Os administradores do shopping informam que desde 2014 a economia brasileira vem sofrendo uma grande retração no consumo e aliada às mudanças do comportamento do consumidor, que nestes últimos anos promoveu a redução de fluxo nos shopping centers e no varejo em geral, fez com que houvesse um grande realinhamento (para baixo) dos valores de aluguéis no país.

O PolloShop está sobre um imóvel de terceiros que, não só não aceitaram renegociar uma redução no valor na renovação do contrato, como ainda pediram aumento do aluguel do imóvel, obrigando a administração do shopping a entrar com uma ação revisional, que se arrasta na justiça há quase 3 anos.

Neste meio tempo, a direção do empreendimento tentou várias vezes buscar entendimento para um acordo, e agora com a crise estabelecida pelo surto da COVID19 com o fechamento dos shoppings e a suspensão dos pagamentos por parte dos lojistas a administração do empreendimento ficou impossibilitada de arcar com o alto valor do aluguel do imóvel. Mais uma vez foi pedida a redução dos valores ou a opção para os proprietários do imóvel assumirem a operação do shopping para preservar o interesse dos lojistas, mesmo com prejuízo dos sócios do empreendimento, mas não houve acordo.

Como o relacionamento com os seus lojistas sempre foi pautada pelo respeito, pela ética e principalmente pelo apoio comercial, a direção do PoloShop fechou um acordo com os empreendedores dos Shoppings Jockey Plaza, Ventura Mall, Shopping Cidade e Shopping Jardim das Américas para receber os lojistas que quiserem dar continuidade a suas operações com uma carência temporária de aluguel.”