O ministro do meio Ambiente, Ricardo Salles, deixou a Alemanha nesta quarta-feira (2) de mãos vazias. Ele tentou reaver fundos de auxílio ambientais que foram suspensos, após as queimadas na Amazônia e as declarações ofensivas de Bolsonaro contra Angela Merkel.
A reunião de Salles com Svenja Schulze, a ministra alemã do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear, saiu sem fotos, sem declaração e de mãos vazias.
Em agosto, em meio à crise das queimadas, o fundo foi congelado sob o argumento de Schulze de que a política do governo de Jair Bolsonaro em relação à Amazônia “deixa dúvidas se ainda persegue uma redução consequente das taxas de desmatamento”. Em resposta, o presidente brasileiro sugeriu que a chanceler Angela Merkel “pegasse essa grana” para “reflorestar a Alemanha”.LEIA TAMBÉM:Agosto tem recorde de queimadas na Amazônia desde 2010Bolsonaro para Noruega: “Pega a grana e ajude a Angela Merkel a reflorestar a Alemanha”Cacique Raoni diz que Bolsonaro incitou queimadas na AmazôniaBolsonaro em tom de arrogância declarou que o Brasil não precisava do dinheiro. Mas agora voltou atrás. Em entrevista publicada pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), Salles disse que o Brasil está interessado no financiamento alemão e que a fala do presidente foi uma reação “a uma manifestação da Europa”. “Não vamos misturar política com questões técnicas”, afirmou.A verborragia de Bolsonaro custou a bagatela de 155 milhões ao país, um recurso necessário para a preservação da Floresta Amazônica.