Ações climáticas começam a dar resultados pelo mundo, aponta anuário da ONU

Relatório lançado nesta semana pela Presidência da COP 30 mostra avanços na economia. O texto também mostra progresso de iniciativas que transformam o cotidiano de comunidades em todo o mundo

O Anuário da Ação Climática Global 2025 , publicado nesta semana, mostra que a implementação climática está ganhando escala mundial. O relatório foi produzido pelo Climate High-Level Champions Team, em parceria com a Presidência da COP 30 e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). Ele aponta que cidades, empresas, governos e comunidades ampliaram sua atuação para reduzir emissões, fortalecer resiliência e impulsionar uma economia mais inclusiva e de baixo carbono.

Os dados evidenciam avanços importantes: a capacidade instalada de energias renováveis mais que dobrou desde 2015; iniciativas de resiliência já alcançam 437 milhões de pessoas; e mais de 150 coalizões globais reportaram resultados. Também houve um salto de 420% em transparência em relação ao ano passado. Ao mesmo tempo, o documento alerta para lacunas urgentes em saúde, adaptação, biodiversidade e financiamento para países vulneráveis.

Acesse o relatório (em inglês)

Os Campeões de Alto Nível da UNFCCC —  responsáveis por articular sociedade, governos, setor privado, cidades, comunidades e investidores — reforçam que a implementação só avança quando ciência, inovação e justiça social atuam juntas para transformar compromissos climáticos em ação concreta.

Para a campeã de alto nível da COP 29, Nigar Arpadarai, “a economia real precisa avançar guiada pela equidade”. O campeão de alto nível da COP 30, Dan Ioschpe, destaca que o momento exige colaboração ampla: “O espírito de mutirão define o que queremos alcançar nesta conferência.”

Em paralelo, os mais de cem Planos de Aceleração de Soluções apresentados em Belém trazem oportunidades capazes de transformar, de forma concreta, a vida das pessoas. Por exemplo, o Plano de Ação em Saúde de Belém fortalece sistemas de saúde para responder a ondas de calor e eventos extremos. O Plano de Ação de Combustíveis do Futuro, dentro do Compromisso Belém 4X, define 20 ações intersetoriais para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. O plano concentra-se na criação de demanda, na contabilidade transparente de carbono e no desenvolvimento de infraestrutura para ampliar a produção global de combustíveis sustentáveis em setores de difícil descarbonização, como aviação, transporte marítimo, aço e cimento.

Outra iniciativa é o Plano de Aceleração de Soluções para Compras Públicas em Setores de Alto Impacto para Impulsionar a Ação Climática e uma Transição Justa, que, junto com a Declaração de Belém sobre Compras Públicas Sustentáveis, compromete o mercado global de compras públicas — de múltiplos trilhões de dólares — a atuar como um motor de ação climática.

Por fim, o plano também está voltado à segurança fundiária para comunidades afrodescendentes, que fortalece governança, conservação e direitos territoriais. A meta é regularizar 1 milhão de hectares de territórios na América Latina e no Caribe até 2028 e fortalecer até 100 projetos de gestão territorial e ambiental para promover o desenvolvimento sustentável, proteção da natureza e maior autonomia comunitária.

A COP 30 surge como uma oportunidade decisiva para transformar o impulso da economia real em políticas nacionais robustas. O chamado é claro: alinhar ambição, financiamento e implementação para que a ação climática produza resultados concretos na vida de milhões de pessoas.

Por COP 30

 

 

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