A lava jato tem que continuar para responder pelos excessos e omissões

O fim da força-tarefa lava jato, anunciado pela PF nesta quinta-feira (6), não passa de uma esperteza de marketing.

O núcleo de Curitiba perdeu força diante do grupo do procurador-geral Rodrigo Janot, que, ao seu jeito, buscou outros “peixes graúdos” na lava jato. O juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, por exemplo, não foram chamados para a festa.

Não há que desmanchar o grupo paranaense sem antes que ele responda pelos excessos e omissões nesses últimos 3 anos de pirotecnia.

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal do Paraná agiram nesse período de lava jato como se fossem partidos políticos, embora não tivessem registro no TSE.

Essas corporações foram artífices do golpe de Estado que alçou Michel Temer e sua quadrilha ao poder, ao mesmo tempo que jogaram mais de 14 milhões de brasileiros no desemprego e na miséria.

A lava jato se desmobiliza porque já cansou até o mais abestado dos coxinhas.

Economia

Em Curitiba, sede da força-tarefa, o número de veículos nas ruas com adesivos tipo “Eu apoio a lava jato” ou “República de Curitiba” não existe mais; os colantes caíram em desuso, saíram de moda, viraram cafona.

As manifestações a favor do juiz Sérgio Moro, então, ficaram mais difíceis de encontrar que ‘cabeça de bacalhau’ no Mercado Municipal.

O fim da lava jato é uma saída muito cômoda para os integrantes da força-tarefa. É preciso que as forças vivas do país façam um balanço de seus danos para o povo e para os trabalhadores.

Essa turma que se acha Deus foi omissa na defesa da Constituição Cidadã. Preferiu o fetiche do combate à corrupção, que lhe garantiu holofotes.

Acabou-se o que era marketing (ou farsa, se o leitor preferir), mas, a força-tarefa, que é uma ficção administrativa, não pode terminar sem responder pelos seus crimes.

Não pode fazer a cagada que fizeram com o país e sair de fininho, como se nada tivesse acontecido com a democracia e o Estado de Direito.

Abaixo, leia a nota da PF informando o fim da lava jato:

1. Os grupos de trabalho dedicados às operações Lava Jato e Carne Fraca passam a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (DELECOR);

2. A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações;

3. Também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo dois ex-integrantes da Operação Lava Jato;

4. O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros;

5. O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade;

6. A Polícia Federal reafirma o compromisso público de combate à corrupção, disponibilizando toda a estrutura e logística possível para o bom desenvolvimento dos trabalhos e esclarecimento dos crimes investigados.

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