Vacina Sputnik V: Ratinho negou e a ANVISA aprovou

Por Arilson Chiorato*

A vacina russa Sputnik V, que leva o nome do primeiro satélite espacial soviético, foi aprovada pela ANVISA na última sexta-feira. Esta é a vacina que foi adquirida pelo Consórcio Nordeste e que, no Paraná, um grupo de deputados avançou nas tratativas para aquisição diretamente com o Fundo Russo. Porém, o Governador Ratinho Júnior ignorou a proposta.

A Sputnik V possui mais de 90% de eficácia e, o Governo Estadual perdeu a chance de adquirir pelo menos 13 milhões de vacinas que, após recusa do estado, foram adquiridas pela prefeitura do município do Rio de Janeiro. É importante lembrar que esta vacina, assim com a maioria, possui duas doses, mas mesmo assim, o número de doses oferecidas ao estado poderia imunizar mais da metade da população paranaense.

Ao mesmo tempo que vemos a vacina que foi negada pela estado, a Sputnik V ser aprovada para uso emergencial em solo nacional, vemos também as denúncias de que o Governo Federal deixou de responder 53 e-mails da Pfizer, que queria vender as vacinas a metade do preço do que foi pago pelos EUA e países da Europa.

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Vemos a negligencia dos Governos, tanto a nível estadual quanto a nível federal. Estamos batendo nesta tecla há meses, de que o Governador Ratinho busca fazer do Paraná um laboratório do Governo Federal, replicar no estado aquilo que o gabinete ideológico de Bolsonaro busca imprimir.

Economia

É extremamente preocupante o número de confirmações e mortes no Paraná, que estão aumentando exponencialmente mesmo durante a vacinação, vacinação essa que deveria estar acontecendo de forma massificada, mas está caminhando a conta gotas. Quem vê a propaganda na televisão, no rádio e nas redes sociais quase se engana, mas a realidade são cidades com escassez de vacina.

No Paraná, em apenas 5 meses o número de confirmações da doença dobrou em relação a todo o ano de 2020. Até janeiro de 2021, haviam sido confirmados mais de 500 mil diagnósticos de COVID-19, de janeiro a abril, foram confirmados mais de 500 mil novos diagnósticos. Ou seja, ao passo em que as vacinas são aplicadas, a doença está se disseminando mais, o que deveria acontecer de forma contrária, de forma que a vacinação contribuísse com a diminuição do vetor da doença.

Esta situação demonstra que o estado não está enfrentando a pandemia de forma correta e planejada. As medidas de isolamento e distanciamento social têm pouca efetividade, até mesmo pela ausência de política pública de fiscalização das Leis existentes. Não é porque a vacinação, mesmo que devagar, está em curso, que as pessoas devem achar que a vida voltou ao normal. Até que a totalidade da população esteja vacinada, devemos continuar tomando todos os cuidados e o Governo deve fiscalizar ostensivamente para garantir a segurança da população do Paraná.

*Arilson Chiorato é Deputado Estadual, Presidente do PT – Paraná e Mestre em Gestão Urbana pela PUC-PR.