Nunca fez tanto sentido as expressões “indústria da morte” e “necropolítica” quanto agora na pandemia. A covid virou um negócio lucrativo no Brasil.
A face mais pública desse drama vivido por milhares vem sendo mostrado diariamente nas TVs e nas redes sociais: pessoas estão morrendo na porta de hospitais ou postos de saúde sem oxigênio; faltam leitos de UTIs; inexistência de vacinas.
A outra face, ainda oculta, está no preço dos medicamentos para intubação, antibióticos, cujos valores dispararam até 2000% (dois mil por cento). A especulação come solta por aí.
Um dos medicamentos é o remdesivir, liberado esta semana pela Anvisa para pacientes em tratamento.
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“A indústria farmacêutica privada tripudia sobre a Covid no Brasil e no mundo. Medicamentos tem preço acrescido centenas de vezes. Temos que refletir sobre isso e mudar o que tem que ser mudado”, registrou em seu Twitter o ex-senador Roberto Requião (MDB).
“É a política liberal, do mercado, da livre concorrência. É o capitalismo”, criticou Requião, lamentando que o atual modelo privilegia o negócio ao invés da vida.
Em decorrência da necropolítica, a política da morte do governo Jair Bolsonaro, a indústria da morte prospera em toda sua cadeia –até o final: as funerárias.
Nesta terça-feira (16/3), o Brasil teve 2.842 mortes e 84.362 novos infectados em 24 horas. No total, o país já perdeu 282.127 vidas para a doença e computou 11.603.535 casos de contaminação. Os dados são do mais recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.