PCdoB adota ‘nome fantasia’ e recolhe foice e martelo em 2020


O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), oriundo de um racha no antigo PCB em 1962, vai virar “Movimento 65” em 2020. De acordo com um dirigente da legenda, a marca a ser usada na publicidade institucional trará, em vez do vermelho, as cores verde e amarelo como predominantes. Será recolhida também a tradicional “foice e o martelo”, símbolo da união das classes trabalhadoras da cidade e do campo.

Durante meses, o comitê central debateu a mudança de nome do partido, a ideia inicial era abandonar o termo comunista e suprimir em definitivo o símbolo da foice entrelaçada com um martelo. No entanto, segundo esse dirigente, “houve uma resistência de filiados mais apegados à liturgia comunista, os chamados ‘amazonistas’, grupo de militantes identificados com o legado de João Amazonas, fundador do partido e seu dirigente máximo por quatro décadas”.

“Diante da resistência desse grupo de militantes, a adoção do “nome fantasia” foi uma solução provisória de compromisso, que será testada em 2020”, disse.

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O PCdoB, que escapou do cadafalso da cláusula de barreira realizando uma incorporação com o nanico PPL (ex-MR8), atravessa o dilema da forte concorrência no campo da esquerda, hegemonizado pelo PT e com o crescimento e a consolidação do PSOL. A legenda vermelha estagnou e a bancada de deputados federais do partido oscilou em torno de 10 parlamentares nas últimas três eleições (2010, 2014 e 2018).

Nas eleições municipais de 2020, a grande aposta do “Movimento 65” (PCdoB) será o lançamento de candidaturas próprias em todas as capitais do país. Além disso, o comitê central decidiu por uma flexibilização ampla, geral e irrestrita na política de alianças. “A política de frente ampla abarca todos os que tem algum nível de divergências com o governo Bolsonaro, passando por Maia até o vice-presidente Hamilton Mourão”, diz a fonte do blog.