Flávio Bolsonaro comprou e vendeu imóveis para lavar dinheiro, diz MP

Segundo relatório do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o ex-deputado estadual e atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), lucrou até 292% em transações imobiliárias suspeitas de lavagem de dinheiro.

O relatório foi usado pelo MP-RJ para justificar à Justiça o pedido de quebra do sigilo bancário e fiscal de pessoas e empresas relacionadas a Flávio Bolsonaro.

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O documento do MP-RJ aponta que o filho do presidente comprou 19 imóveis por R$ 9,4 milhões entre 2010 e 2017 e fez operações de venda que lhe renderam lucros de R$ 3 milhões no período.

Um dos casos relatados pelo MP-RJ é o de um apartamento em Copacabana, no Rio, adquirido por ele em novembro de 2012 por R$ 140 mil e revendido em fevereiro de 2014 por R$ 550 mil, gerando um lucro de R$ 410 mil em pouco mais de um ano. A valorização do imóvel foi de 292% no período, em contraste com a valorização imobiliária média da região de Copacabana, que no mesmo período foi de 11%.

O relatório aponta outra transação envolvendo um apartamento também em Copacabana. Comprado em novembro de 2012 por R$ 170 mil, o imóvel foi vendido em novembro de 2013 por R$ 573 mil, gerando um lucro de R$ 403 mil, equivalente a 273%. Nesse período, os imóveis do bairro valorizaram em média 9%.

Economia

Outro caso citado como suspeito de lavagem pelo MP-RJ foi a venda de imóveis para uma empresa com sede no Panamá. Entre dezembro de 2008 e setembro de 2010, Flávio Bolsonaro comprou 12 salas comerciais em um condomínio na Barra da Tijuca pelo preço total de R$ 2,6 milhões. Elas foram revendidas em outubro de 2010 por R$ 3,1 milhões para a empresa MCA Exportação e Participações.

Para os promotores, as transações imobiliárias de Flávio Bolsonaro foram feitas para “simular ganhos de capital fictícios” que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Com informações de O Globo