Gleisi Hoffmann: Lula une campo progressista e mobiliza o país

A senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, enaltece a coligação com PCdoB e Pros e a consequente indicação de Manuela D’Ávila como vice de Lula. “Desmontamos essa armadilha [do TSE] com um grande gesto político”, escreve.

Gleisi Hoffmann*

O PT concluiu neste fim de semana mais um ciclo vitorioso da candidatura do presidente Lula. A candidatura foi aclamada no Encontro Nacional do PT e a convenção aprovou a coligação com PCdoB e Pros. O vice Fernando Haddad será a voz de Lula nessa etapa da campanha e a companheira Manuela D’Ávila, do PCdoB, assumirá o posto ao fim do processo de homologação de Lula na Justiça Eleitoral.

Somando a coligação com o PCdoB ao acordo eleitoral com o PSB, que garante o apoio de importantes setores desse partido, principalmente no Norte e Nordeste, demos um grande passo para reconstituir a unidade do campo progressista e popular. Estamos mais fortes para perseverar no diálogo com outras forças do campo, como o PDT, na certeza de que ainda estaremos juntos nesta eleição.

Impulsionados pela força da candidatura Lula e pela coesão interna do PT neste objetivo, frustramos aqueles que apostavam em nosso isolamento político. Essa frente constituiu-se para derrotar nas urnas os golpistas de Temer e do PSDB, que não conseguem dialogar sequer com seus antigos eleitores, muito menos com a maioria da população.

Esta é uma eleição diferente, atípica, a começar pelo fato de que o candidato da preferência nacional está injustamente preso e impedido de andar pelo país. Também é marcada por armadilhas. Apenas 48 horas antes de nossa convenção, o TSE divulgou extraoficialmente um novo entendimento que obrigaria os partidos a indicarem o vice e as coligações até o último domingo, e não em 15 de agosto, como ocorre há décadas. Uma verdadeira tocaia judicial.

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Desmontamos essa armadilha com um grande gesto político: o acordo para que Manuela assuma a vice no momento em que se estabilize a situação jurídica da candidatura Lula. O PCdoB compartilhou nosso entendimento de que, enquanto Lula permanecer impedido de participar da campanha, deve ser alguém do PT a representá-lo. Há quase 40 anos, é com o PT que o povo brasileiro identifica Lula. Por isso, o vice agora é Haddad.

A próxima etapa será o registro da chapa no TSE, para o qual estamos convocando, junto com os movimentos sociais e diversas organizações de defesa da democracia, um grande ato público em Brasília. Será uma manifestação pela liberdade de Lula e pelo direito do povo brasileiro de votar livremente, duas causas que se encontram neste momento histórico.

Quanto mais arbitrariedades e armadilhas nos impõem, mais o povo compreende a injustiça de que Lula é vítima e os objetivos políticos dos que o mandaram para a prisão. Como disse o presidente em sua mensagem ao Encontro Nacional do PT: “querem inventar uma democracia sem povo”. A força da candidatura Lula, que une as esquerdas e mobiliza a esperança do país, é o maior obstáculo a esse projeto autoritário. Por isso, chegamos até aqui a despeito de toda perseguição e obstáculos.

*Gleisi Hoffmann é senadora (PT-PR) e presidenta nacional do PT.