por Marcelo Araújo*
Nos últimos dias a questão sobre a implantação de um ônibus destinado exclusivamente à s passageiras, levantou uma série de debates, com opiniões diametralmente contrárias. Primeiro vamos considerar a motivação (ou justificação na linguagem legislativa) de tal projeto, que seria o comportamento inadequado de alguns homens, motivados pelo contato físico decorrente da falta de espaço no transporte coletivo.
Então se houvesse espaço e não houvesse contato físico o problema não existiria, em tese.
Para mostrar que a questão não é tão simples recorremos a um artigo da triatleta e maratoninsta Vivian Dombrowski coloca em xeque se o problema estaria concentrado no espaço e contato físico ou ocorre mesmo ao ar livre (clique aqui).
O renomado professor Luiz Marins esteve no início de outubro em Curitiba e defendeu a separação de alunos por sexo, considerando as diferenças e até a maturidade para a mesma idade, bem como para tratar de certos assuntos em grupo, como a sexualidade.
No contraponto o convívio entre meninos e meninas durante o processo de formação escolar, e de quebra da personalidade, seria o primeiro passo para que a relação social entre os sexos se dê com naturalidade e os limites sejam respeitados.
Em Curitiba, o problema não é de violência sexual como já houve em algumas cidades casos de estupro dentro de coletivo, e sim de assédio. O primeiro problema estaria em distinguir um flerte, uma paquera ou até um ato de cavalheirismo com abuso ou assédio, pois a mensagem enviada nem sempre corresponde à interpretação de quem a recebe.
Outra questão a ser considerada é que o assédio não estaria restrito a pessoas de sexos opostos, e pensar assim seria até preconceituoso, e numa visão maliciosa e até maldosa o assédio homossexual poderia ganhar espaço, tanto nos ônibus azuis! quanto nos rosa!.
Aliás, só para lembrar e apesar de em menor número, homens também não são assediados por mulheres? Pior seria para a mulher que optasse embarcar no ônibus azul! no horário de circulação do rosa!, estaria ela sendo oferecida!?
Minha opinião é que toda solução radical é de morte, é a decretação de falência de todas as soluções de cura. Há diversas formas de acabar com uma cefaléia (dor de cabeça) e uma delas é a decapitação, solução para todos os problemas do paciente.
De multa eu entendo!
*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas segundas-feiras para o Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.