por André Vargas*
Em sua recente passagem pelo Paraná, o senador Aécio Neves, candidato à presidência da República, pelo PSDB, declarou que o Estado sofre perseguição política por parte do governo do PT ao dificultar a liberação de empréstimos. Ou foi mal informado pelos assessores ou foi leviano.
Os tucanos em geral e o senador Aécio em particular têm apregoado um tal “choque de gestão” como solução de todos os problemas nacionais e da administração pública, que serve de receita para todos os males. Se funciona em algum Estado não posso avaliar com profundidade, mas aqui no Paraná está em curso um desastre administrativo.
O governador até o momento não nos apresentou nenhum projeto estruturante com o objetivo de viabilizarmos recursos federais. O que faz comumente é reclamar da pseudodiscriminação e da suposta não liberação de empréstimos. Vale dizer que nos 33 meses que está à frente do governo, o Paraná não conseguiu nem mesmo as certidões negativas necessárias para obter empréstimos.
A gestão tucana no Paraná tem muita propaganda e pouca gestão. Além de seguir na risca a cartilha de privatização tucana dos serviços públicos, até o momento, o governador só inaugurou obras iniciadas na gestão de Roberto Requião. E praticamente só lançou obras e programas do Governo Federal.
Por exemplo, a política habitacional estadual está lastreada integralmente no Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, que já investiu no Paraná R$ 13 bilhões para aproximadamente 190 mil moradias, atendendo a famílias de baixa renda cujo lançamento tem contado com a presença do governador.
Enquanto ele lamenta, o nosso Governo Federal investe bilhões em saneamento básico, rodovias, portos, hospitais, Unidades de Pronto Atendimento, universidades e institutos federais, escolas profissionalizantes e centenas de creches. Não há um só município que não conte com obras e programas federais.
E as Obras Estaduais onde estão? E os Programas Sociais do estado quais são? Este é o debate que pretendemos fazer neste espaço.
Em seus discursos, o governador acusa o governo anterior de truculento e que agora o diálogo impera. Mas não basta dialogar, é preciso fazer acontecer. O senador Aécio quer conversar, mas precisa também ouvir e ver que no Paraná o governo é incompetente e lento.
O que vivemos no Paraná será exemplo para o Brasil? Deus nos livre dessa lentidão e incompetência!
*André Vargas, deputado federal pelo PT do Paraná, vice-presidente da Câmara, é colunista do Blog do Esmael. Escreve sobre poder e socialismo nas terças-feiras.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.