Em um editorial no mínimo escroto, o jornal Folha de S. Paulo ataca o PT pela virtude e chama o presidente da República de “Jair Rousseff”, misturando os nomes de ambos.
A Folha “Oficial da União” aderiu ao que existe de pior do bolsonarismo, a parte econômica, que visa extrair direitos dos pobres para dar aos bancos e especuladores.
O jornalão paulistano é contra a produção e o emprego, portanto a favor do capital vadio que nada produz.
Por que a Folha “Oficial da União”, aderida ao bolsonarismo, ataca o PT, os trabalhadores e os servidores públicos, por exemplo? Porque a velha mídia foi há muito corrompida pelos fundos de investimentos. Geralmente esses veículos de comunicação pertencem aos bancos, que ganharam trilhões na pandemia do novo coronavírus enquanto a população brasileira foi jogada na miserabilidade e 80 milhões de desempregados foram gerados com a “Pauta Guedes”.
É preferível que o orçamento público seja gasto com o povo do que com gordos banqueiros e pançudos especuladores no mercado financeiro. O rentismo é um câncer para a nação. Aliás, a Folha virou há muito um braço do “PagSeguro Digital”, sistema de pagamentos eletrônicos, que lucrou R$ 356 milhões no 1º trimestre e durante a pandemia do novo coronavírus. Portanto, ela não faz jornalismo, ela faz negócios.
A Folha, na prática, quer que Bolsonaro limite os gastos e determine o fim do auxílio emergencial de R$ 600. Esta é a famigerada “Pauta Guedes”, dos bancos, do jornalão, contrária aos interesses nacionais.
Ao fazer uma crítica do que poderia ser uma virtude do governo de Jair, a Folha logo se escusa: “Bolsonaro, no entanto, tem o azar e a sorte de suceder à petista Dilma Rousseff, que levou a fórmula aos limites da capacidade do Tesouro e da lei —o que resultou na maior crise econômica em gerações e lhe custou o segundo mandato.”
A Folha “Oficial da União” também vê uma “sorte [do presidente da República] por contar com um debate mais amadurecido em torno do controle fiscal e um mecanismo de ajuste —o teto de gastos inscrito na Constituição— já em vigor.” Ela se refere elogiosamente à Emenda Constitucional 95, que, em 2016, congelou os investimentos nas áreas da saúde, educação e seguridade social pelos próximos 20 anos.
A bolsonarista Folha deixa a máscara cair quando imprime suas digitais no orçamento da União: “Mas derrubar o teto, por motivo supostamente social ou desenvolvimentista, será manobra insensata mesmo sob a lógica eleitoral mais desavergonhada.”
Caro leitor, o editorial da Folha “Oficial da União” nada mais faz do que disputar o orçamento público da sociedade em nome dos banqueiros e rentistas. É isso.
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A seguir leia a íntegra o artigo bolsonarista da Folha:
Jair Rousseff
Jair Bolsonaro decerto não é o primeiro presidente a flertar com a elevação sem limites do gasto público por acreditar que, mais adiante, a gastança possa pavimentar um caminho seguro à reeleição.
Essa, de fato, tem sido a praxe nacional desde o restabelecimento da democracia, estimulada pelas normas constitucionais que fixam despesas obrigatórias e explicitada desde que o controle da inflação deu clareza ao Orçamento.
Bolsonaro, no entanto, tem o azar e a sorte de suceder à petista Dilma Rousseff, que levou a fórmula aos limites da capacidade do Tesouro e da lei —o que resultou na maior crise econômica em gerações e lhe custou o segundo mandato.
Azar por ter herdado um governo deficitário e excessivamente endividado, com poucas opções de políticas públicas à disposição; sorte por contar com um debate mais amadurecido em torno do controle fiscal e um mecanismo de ajuste —o teto de gastos inscrito na Constituição— já em vigor.
O fracasso da última administração petista deveria bastar para que ensaios de programas redentores de obras públicas e de assistência social, sempre frequentes nas especulações brasilienses, fossem deixados de lado. Infelizmente, é fantasia um Tesouro que possa financiar um déficit sem limites e permanentemente crescente.
Na ilusão de que estimularia a economia, Dilma elevou a despesa federal não financeira de 16,8% do Produto Interno Bruto, em 2011, a 19,4% em 2015. Gerou alta da inflação, do câmbio e dos juros, uma profunda crise de confiança e um desemprego recorde.
Bolsonaro, tudo indica, sonha com o propósito de driblar o teto dos gastos —que desde 2016 os mantém entre 19,4% e 19,9% do PIB, num ajuste relativamente suave.
Abriria caminho, assim, para uma ampliação dos investimentos em infraestrutura e de programas sociais para agradar o eleitorado pobre do Nordeste e de outras regiões, além dos novos aliados do centrão e da ala militar do governo.
Não se discute a importância de reforçar a seguridade, ainda mais depois do impacto devastador da pandemia. Mas derrubar o teto, por motivo supostamente social ou desenvolvimentista, será manobra insensata mesmo sob a lógica eleitoral mais desavergonhada.
A mais de dois anos da disputa presidencial, o presidente estaria contratando uma crise futura e colocando em risco até mesmo a estabilidade econômica, duramente conquistada pela sociedade brasileira nas últimas décadas.
Gastar mais, a esta altura, significa elevar uma dívida pública que ruma a mais de 90% do PIB, criar desconfiança no mercado sobre a solvência nacional, pressionar inflação e juros e solapar o tão almejado crescimento sustentável, única forma efetiva de atenuar as históricas mazelas sociais do país.
Ao final, os mais prejudicados serão, como de hábito, os pobres e miseráveis, que por inconveniência política constituem também a parcela mais decisiva do eleitorado.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.