O presidente da Federação das Associações de Moradores de Curitiba (Femotiba), Edson Feltrin, disse nesta segunda-feira (18) que a entidade vai ajuizar uma representação no Ministério Público do Estado contra a prefeitura sobre o pagamento de R$ 35 milhões relativos à pagamentos de atrasados à Cavo, a empresa que faz coleta de lixo na cidade.
O dirigente da entidade disse estranhar o fato de a Cavo ter concedido um “superdesconto” de R$ 16 milhões numa suposta dívida do município de R$ 51 milhões decorrentes de correções e juros.
Para Feltrin, o valor pode estar superfaturado e isso, se confirmado, configura-se em improbidade administrativa do prefeito Luciano Ducci (PSB).
“Ninguém dá um superdesconto de R$ 16 milhões numa dívida de R$ 52 milhões. E se o valor reivindicado pela empresa estiver superestimado ou nem existir?”, questiona o petista.
Na Câmara, vereadores oposicionistas devem convocar a procuradora Claudine Camargo Bettes para esclarecer os termos do acordo proposto pela prefeitura e aceito de imediato pela Cavo.
“A prefeitura tinha a obrigação de recorrer contra os R$ 35 milhões cobrados pela Cavo”, disse o vereador Pedro Paulo (PT), contário ao acordo que pôs fim à demanda judicial.
O Ministério Público está de olho na gestão de Ducci, mas deverá abrir inquérito somente depois de verificar o teor das denúncias da Comissão do Lixo na Câmara e da Femotiba.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.