O Tribunal de Contas da União (TCU) finalmente conseguiu levantar a quantidade de militares ocupando cargos civis no governo federal: seis mil fardados.
O TCU achava inicialmente que eram três mil militares com cargos no governo, porém foi surpreendido com o dobro.
Dos 6.157 militares militares atuando em cargos civis de governo, 93% estão no Executivo.
Os dados foram compilados pela Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU.
O levantamento do TCU, relatado pelo ministro Bruno Dantas, foi realizado pelo temor de desvirtuamento das Forças Armadas, considerando seu papel institucional e as diferenças entre os regimes militar e civil.
A questão reacende a discussão sobre a militarização excessiva do serviço público civil.
Veja os números de militares no governo
- 6.157 militares da ativa e reserva em 2020 (atualmente)
- 3.515 militares da ativa e reserva em 2019 (primeiro ano Bolsonaro)
- 2.765 militares da ativa e reserva em 2018 (governo Michel Temer)
Segundo o TCU, a militarização do governo pode ser percebida sobretudo pela quantidade de militares no Ministério da Saúde.
Nos anos anteriores, de Lula e Dilma, o número de militares em cargos comissionados não chegavam a 2 mil.
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Folha e Globo “comunistas” falam em taxar o patrimônio privado para pagar pandemia de Covid-19
Folha e Globo, nesta sexta-feira (17), amanheceram mais “comunistas”, segundo os bolsonaristas. Os dois veículos de imprensa trouxeram em suas páginas a proposta de tributar o patrimônio privado para pagar a conta da pandemia da Covid-19, a doença do novo coronavírus.
Em abril passado, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo iniciaram a campanha “Taxar Fortunas para Salvar Vidas” no início da pandemia.
O movimento de esquerda propunha:
- taxação de lucros e dividendos das pessoas físicas detentoras de cotas e ações de empresas;
- instituição de alíquota sobre os lucros remetidos ao exterior;
- cobrança do imposto sobre grandes fortunas, previsto na Constituição Federal;
- maior efetividade à cobrança do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), atualizando os valores das grandes propriedades que estão totalmente defasados; e
- empréstimo compulsório das empresas com patrimônio superior a 1 bilhão de reais.
No caso dos jornalões, isto é, Folha e Globo, eles reverberam a nova obra do economista francês Thomas Piketty –“Capital e ideologia”– que discute as desigualdades no mundo. Segundo o autor do livro lançado semana passada no Brasil, governos de direita já adotaram políticas redistributivas diante de crises como a provocada pela Covid-19.
Piketty precisa entender que o Brasil não é para amadores. Aqui, a burguesia se autodestrói com o aumento do fosso entre pobres e ricos e mais: se associa ao capital financeiro, não produtivo, em detrimento do pleno emprego e renda da sociedade. Ou seja, senta em cima de um barril de pólvora.
O Congresso Nacional comandado pelo Centrão, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e outros fisiologistas, lançam palavra de ordem para uma reforma tributária para reduzir, ainda mais, os impostos dos riscos –e taxar os mais pobres.
O empresariado brasileiro acredita que seu problema era excesso de impostos, porém a reforma trabalhista lhe retirou a carga tributária mas nem por isso seus negócios decolaram. Pelo contrário. A prosperidade decorre da produção e do desenvolvimento, o resto é balela.
O deputado Rodrigo Maia, do Centrão, é quem pauta as votações na Câmara. Ele já avisou que um novo imposto para taxar as transações financeira, a exemplo da CMPF, terá a sua resistência. Melhor: nem será apreciada na Casa.
Até agora a conta da pandemia da Covid-19 tem sobrado para os trabalhadores e povo brasileiro, que vê seus direitos sendo retirados cada vez mais.
O cenário é triste e desfavorável ao Brasil, que assiste aos bancos surrupiando o Orçamento da União em plena pandemia –com a providencial retaguarda da velha mídia.
Globo e Folha “comunistas”, #SQN (Só Que Não).
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.