Vazou o manifesto da Febraban e Fiesp contra o presidente Bolsonaro; confira a íntegra

Os dirigentes da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) não honram o acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e vazaram manifesto em que criticam –sem citar o nome– o presidente Jair Bolsonaro ao afirmarem que eles veem com grande preocupação escalada de tensões entre as autoridades.

Na manhã desta segunda-feira (30/08), a informação era de que a divulgação do manifesto da burguesia paulistana fora suspensa pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf. No entanto, à tarde, o documento já chegava aos portais de notícias.

Lira e Skaf tinha combinado de soltar o manifesto dos banqueiros e dos empresários somente depois dos protestos de 7 de setembro, porém a urgência política falou mais alto.

“As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas”, diz um trecho.

Banqueiros e o que restou do PIB brasileiro avisam implicitamente a Bolsonaro: “… nenhum dos prédios [poderes] é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais” e pedem respeito à Constituição.

O documente pede ainda que as energias sejam destinadas às medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos.

Economia

Opinião do Blog do Esmael: banqueiros e empresários sem empresas querem continuar mamando no erário e à custa do povo brasileiro.

Leia a íntegra do manifesto da Febraban e da Fiesp

:

“A Praça é dos Três Poderes

A Praça dos Três Poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triangulo equilátero, cujos vértices são os edifícios- sede de cada um dos poderes.

Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.

Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição impõe.

As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.

Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira.”

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