Instituto comemora protagonismo do Brasil nas presidências do Brics e do Mercosul e lança mapa-múndi invertido, com o Brasil no centro e o Sul no topo da imagem. Mapa pode ser adquirido no site do IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lança mapa-múndi que apresenta o Brasil no centro do mundo e que traz uma nova perspectiva, em que o Sul aparece no topo da imagem. Nas versões português e inglês.
O lançamento é feito em ano que o Brasil tem ativa participação nos debates e perspectivas do Sul Global e do cenário mundial, em especial por presidir o Brics e o Mercosul. E recebe a COP 30.
A divulgação do novo mapa-múndi foi feito na última quarta-feira (7/5), mesmo dia em que o IBGE anunciou a preparação do Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global – Novos indicadores e temas estratégicos para o desenvolvimento e a sustentabilidade na Era Digital. O encontro, em organização conjunta com o Governo do Estado do Ceará, além de vários parceiros, vai ser realizado de 11 a 13 de junho, em Fortaleza.
O novo mapa também traz destacados os países que compõe o Brics, o Mercosul, os países de língua portuguesa e do bioma amazônico, também a cidade do Rio de Janeiro, como capital dos Brics, a cidade de Belém, como capital da COP 30 e o Ceará como sede do Triplo Fórum. Em abril do ano passado, o IBGE lançou um mapa-múndi que traz o Brasil no centro do planeta. Desta vez, foi além.
Como adquirir o mapa-mundi
O novo mapa-múndi pode ser adquirido na loja do IBGE (com prazos de entregas variados), no endereço virtual
A Livraria do IBGE faz parte da Casa Brasil IBGE, que funciona no mesmo espaço. Mais informações:
A livraria do IBGE lança uma promoção de 30% de desconto para os clientes que forem presencialmente comprar o mapa no endereço no Rio.
Preços e formatos estão disponíveis na página da Livraria do IBGE.
Os clientes que comprarem pela internet, com retirada no endereço físico da livraria, também ganharão o desconto de 30%.
Em função da demanda, as compras físicas ocorrerão a partir da próxima segunda-feira, dia 12/05, das 10h até às 16h.
Mais informações sobre vendas podem ser respondidas pela Livraria do IBGE, email: [email protected] ou telefone: (21) 99254-9711.
Por que não um mapa-múndi invertido?
A maior parte do mundo está acostumada a ver a América do Norte no Norte e a América do Sul no Sul, mas essa representação não é a única possível e nem a única que foi registrada durante a história.
Na verdade, não existe uma razão técnica para colocar os pontos cardeais nas direções convencionais e, portanto, a representação tradicional é tão correta quanto a representação invertida.
A convenção cartográfica do Norte para cima e do Leste para a direita foi estabelecida pelo astrônomo Ptolomeu e foi amplamente adotada por outros cartógrafos como Mercator e Waldseemüller. Mas existem mapas que têm outra orientação e onde o Norte não está no topo. É o caso, por exemplo, dos mapas medievais ou de alguns mapas feitos por outras culturas.
Nos mapas modernos, há questões relacionadas a reinvindicações políticas nesses mapas invertidos, geralmente realizada por países localizados no Hemisfério Sul. Segundo Nicole De Armendi, a orientação dos mapas “afirma posições de poder, traça certas redes globais e estabelece relações hierárquicas entre as nações e os continentes”.
Um exemplo famoso é a obra do artista uruguaio Joaquín Torres-García, que em 1943 fez o que se conhece como “o mapa invertido”. A obra tornou-se um símbolo para os latino-americanos em seus esforços para se tornarem reconhecidos na visão geral do mundo.
O mapa-múndi invertido é lançado no momento em que o Brasil tem a presidência do Brics e do Mercosul, além da atenção na agenda dos Países de Língua Portuguesa e da realização da COP 30 no País.
Neste contexto, o IBGE divulga essa nova versão de mapa-múndi em conjunto com as ações do órgão em 2025, como líder dos institutos de pesquisa dos referidos blocos geopolíticos. Isso inclui a agenda de eventos nacionais e internacionais e lançamento de pesquisas e indicadores, entre outras atividades de disseminação de informações.
Esse lançamento integra uma série de ações estratégicas para a reflexão e o debate sobre a importância do Sul Global, em meio à crescente importância do Brasil no cenário internacional e às mudanças geopolíticas mundiais.
Sobre o Triplo Fórum
O Triplo Fórum tem como objetivo organizar um debate técnico (presencial e remoto), com a oportunidade de reunir os chefes dos Institutos Nacionais de Estatística, autoridades, parlamentares, gestores públicos e privados, universidades, entidades da sociedade civil, jovens pesquisadores, estudantes, entre outros, em torno dos desafios da Governança internacional na Era Digital e seus impactos para as economias do Sul Global.
Somado a isso, destaca-se o fato de que, em 2025, o Brasil preside o Brics e o Mercosul, tendo o IBGE como o representante brasileiro dos institutos de estatísticas desses países. E também o Brasil terá agenda especial dedicada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
São três fóruns estratégicos para avançar em propostas e ações de novos indicadores soberanos e refletir sobre temas essenciais para o desenvolvimento e a sustentabilidade, em ano de realização no Brasil da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), no que envolverá a participação dos países do bioma amazônico.
O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, observa que o Brasil tem recuperado o seu protagonismo internacional, não apenas por fazer parte novamente da Comissão de Estatísticas das Nações Unidas, especialmente no seu grupo de elite dirigente, mas também por liderar debates no interior dos países que fazem parte do G20 e do Brics. Especialmente na temática vinculada a geografia e a estatística, num momento tão especial como essa transição para era digital.
Hoje estamos aqui para tornar público um grande evento que será realizado agora em junho em Fortaleza, denominado Triplo Fórum, porque diz respeito a um debate profundo a respeito dos novos indicadores da realidade, das estatísticas e da geografia no âmbito dos países do sul global. Como marca deste evento também estamos lançando o novo mapa que tem o Brasil nesse centro do mundo, mas agora de uma forma invertida. Desse modo, estimulamos a reflexão sobre como nos vemos neste novo mundo em que as transformações ocorrem mais rapidamente e exigem, hoje, um protagonismo brasileiro ainda maior”, afirma Pochmann.
A diretora de Geociências do instituto, Maria do Carmo Dias Bueno, também destaca a importância do Triplo Fórum e do lançamento do novo mapa-múndi. E explica o viés político em torno dessa simbólica inversão.
Como historicamente os primeiros mapas foram feitos majoritariamente por europeus, atribui-se a colocação da Europa na parte superior do mapa como uma questão de reforço da superioridade em relação aos países da porcão sul. Isso trouxe protestos dos países do sul, principalmente dos latinos-americanos. Inclusive protestos artísticos, quando um artista plástico do Uruguai, lançou um mapa de ponta-cabeça, nos anos 1940″, cita Maria do Carmo.
• Em 2024,