Educadores de 2,1 mil escolas da rede pública do estado do Paraná podem aprovar neste sábado (12), em assembleia geral online, início de greve geral da categoria contra a volta às aulas durante a pandemia do novo coronavírus.
Na última terça-feira (7), em entrevista ao Blog do Esmael, Professor Paixão, diretor da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) adiantou que professores e funcionários de escola só retornarão às salas de aula depois da vacinação contra a covid-19.
A assembleia estadual online da APP-Sindicato teve início no último sábado (5), mas foi suspensa devido a problemas técnicos. A reunião será retomada amanhã, a partir das 8h30. Um dos principais pontos da pauta é a deliberação de greve, caso o governo do Paraná decida pelo retorno das aulas presenciais durante a pandemia do novo coronavírus.
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), segundo educadores, tem sinalizado com o retorno das aulas em breve, o que apavora o magistério paranaense formado por ceca de 100 mil profissionais.
“A volta às aulas presenciais colocaria em risco as crianças, os idosos e mais 100 mil de educadores no Paraná”, estimou Professor Paixão, da CNTE. “Não vai ter volta às aulas presenciais, antes da vacina”, disse.
Segundo os educadores do Paraná, se aprovada, a greve será a favor da vida.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o estado do Paraná possui cerca de 2,1 milhões alunos matriculados na rede pública estadual.
Os professores e funcionários de escola da rede estadual e das redes municipais filiadas também darão encaminhamentos para reivindicações relacionadas com as condições de trabalho e direitos dos servidores públicos.
É a primeira vez que a APP-Sindicato realiza uma assembleia da categoria através da internet. A direção estadual do Sindicato deliberou pela organização da atividade desta forma para assegurar que as discussões aconteçam sem oferecer riscos aos educadores, considerando as normas de prevenção contra a Covid-19, que impedem a aglomeração de pessoas.
Para participar, os professores funcionários de escola precisam realizar um cadastro no endereço appsindicato.org.br/assembleia. Após esse procedimento, eles receberão uma mensagem de e-mail com o link de acesso ao ambiente virtual, criado na plataforma Zoom, onde acontecerão todos os debates e votações.
A assembleia começou no sábado passado, mas precisou ser suspensa devido a problemas com a transmissão de vídeo pela internet. A decisão foi tomada para permitir ajustes técnicos e restabelecer as melhores condições possíveis para a participação de todos.
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Bretas, da Lava Jato, no banco dos réus
Deu muito ruim para o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Ele será julgado na próxima quinta-feira (17) pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o TRF2, por participar de políticos ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos).
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, determinou que Bretas seja julgado quando ainda era corregedor nacional de Justiça. Por isso, na semana que vem, o magistrado vai sentar no banco dos réus.
Como diz o ditado, passarinho que come pedra sabe o c* que tem. Bretas autorizou esta semana busca e apreensão na casa do advogado Eduardo Martins, que filho do presidente do STJ.
De acordo com a Lava Jato do Rio, o advogado Eduardo Martins é suspeito de ter recebido R$ 82 milhões para atuar em causas da Fecomércio do Rio de Janeiro. Ele foi delatado por Orlando Diniz, ex-dirigente da entidade do Sistema S.
O advogado Cristiano Zanin Martins, da defesa do ex-presidente Lula, também alvo da operação, também acusa Marcelo Bretas de parcialidade devido sua ligação com o presidente Jair Bolsonaro.
Em fevereiro deste ano, Bretas foi com o presidente e Crivella à inauguração de uma alça na Ponte Rio-Niterói e a uma festa evangélica na praia.
A aparição do juiz no palanque de Bolsonaro causou polêmica: magistrados não podem se envolver em atividades político-partidárias.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apresentou então uma reclamação disciplinar ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra Bretas.
O corregedor era Humberto Martins, que determinou a abertura de investigação contra o juiz do Rio por “atos de caráter político-partidário” e de “superexposição e promoção”.
Bretas se defendeu em uma rede social afirmando que “em nenhum momento, cogitou-se tratar de eventos político-partidários, mas apenas de solenidades de caráter técnico/institucional (obra) e religioso (culto)”, escreveu.
“Vale notar que a participação de autoridades do Poder Judiciário em eventos de igual natureza dos demais Poderes da República é muito comum, e expressa a harmonia entre esses Poderes de Estado, sem prejuízo da independência recíproca”, complementou na época.
Com informações de Mônica Bergamo, na Folha.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.