Morreu Arnaldo Jabor aos 81 anos, ícone do neoliberalismo cultural no Brasil

O cineasta, cronista e jornalista Arnaldo Jabor, de 81 anos, ícone do neoliberalismo cultural no Brasil, morreu na madrugada desta terça-feira (15/02) em São Paulo.

Jabor havia sido hospitalizado em dezembro após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), que foi a causa da sua morte, segundo familiares.

De crítico da ditadura militar, que castigou o país entre 1964 e 1985, Jabor acabou adotando a mentalidade do colonizador – Estados Unidos e alguns países europeus – em seus comentários na Globo, casa que serviu quase três décadas.

Anti-Lula e anti-PT, independente do devido processo legal, Arnaldo Jabor foi entusiasta de ações penais como Mensalão que criminalizava petistas no primeiro caso de lawfare na política brasileira.

Foi militante pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, cujo movimento também é compreendido como um golpe contra a democracia brasileira que visava abrir avenida para privatizações e retirada de direitos dos trabalhadores.

Durante a Lava Jato, ele também foi enganado pelo ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos). Jabor acreditou de boa-fé que a força-tarefa era para combater a corrupção, no entanto, ficou decepcionado quando ex-procuradores e o ex-juiz Moro prenderam Lula com o único objetivo de chegarem ao Olimpo da política brasileira, ou seja, eles apenas queriam tomar o poder da maneira mais sórdida possível.

Economia

Apesar dos equívocos políticos de Arnaldo Jabor, não se pode tirar a genialidade do artista, cuja filmografia é composta de:

  • 1965 – O Circo (curta-metragem)
  • 1967 – A Opinião Pública
  • 1970 – Pindorama
  • 1973 – Toda Nudez Será Castigada
  • 1975 – O Casamento
  • 1978 – Tudo Bem
  • 1980 – Eu Te Amo
  • 1986 – Eu Sei que Vou Te Amar
  • 1990 – Carnaval (curta-metragem)
  • 2010 – A Suprema Felicidade

Jabor ainda foi um cineasta premiadíssimo:

  • Ganhou o Urso de Prata, no Festival de Berlim, por Toda Nudez Será Castigada (1973)
  • Ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Gramado, por Toda Nudez Será Castigada (1973)
  • Ganhou o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Gramado, por O Casamento (1975)
  • Ganhou o Candango de Melhor Filme, no Festival de Brasília, por Tudo Bem (1978)

O jornalista Arnaldo Jabor também teve êxito como escritor:

  • Os canibais estão na sala de jantar (Editora Siciliano, 1993)
  • Sanduíches de Realidade (Editora Objetiva, 1997)
  • A invasão das Salsichas Gigantes (Editora Objetiva, 2001)
  • Amor É Prosa, Sexo É Poesia (Editora Objetiva, 2004)
  • Pornopolítica (Editora Objetiva, 2006)
  • Eu Sei Que Vou Te Amar (Editora Objetiva, 2007)
  • Amigos Ouvintes (Editora Globo, 2009) – coletânea de comentários gravados para a Rádio CBN
  • O Malabarista – Os Melhores Textos de Arnaldo Jabor (Editora Objetiva, 2014)

À família, amigos e admiradores de Arnaldo Jabor os sentimentos do Blog do Esmael.