Lula sinaliza com rompimento do teto de gastos, diz Gleisi Hoffmann

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, fez uma declaração impactante em relação ao teto de gastos neste sábado (28/10), complementarmente à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acerca do tema.

A postura de Gleisi Hoffmann chamou a atenção de muitos, incluindo o ex-governador do Paraná e membro do PT, Roberto Requião, conhecido por suas críticas ao modelo econômico do governo Lula.

Em um post no antigo Twitter, Gleisi Hoffmann afirmou que o presidente Lula protegeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao assumir a responsabilidade pela política fiscal.

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Ela reconheceu que atingir a meta de resultado primário zero no próximo ano seria impossível, citando diversos fatores, como o crescimento da receita, decisões do Congresso Nacional, postergações administrativas e a alta taxa de juros mantida pelo Banco Central.

Gleisi Hoffmann enfatizou que a postura do presidente Lula em reconhecer a necessidade de reavaliar a meta de resultado primário demonstra credibilidade e realismo.

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Ela desqualificou a especulação da mídia em uma reação negativa no Congresso, afirmando que metas mais realistas facilitam as negociações políticas.

A presidente do PT também criticou o jornal Folha de São Paulo por sua cobertura e alegou que os interesses da publicação estão atrelados ao mercado financeiro.

A dirigente petista sugeriu que a mídia deveria buscar uma compreensão mais moderna da política fiscal ouvir/ler Joseph Stiglitz, um prêmio Nobel de economia.

Segundo ela, outro grande obstáculos que é a criminosa taxa de juros mantida nas alturas pelo Banco Central presidido por Campos Neto.

Essa declaração de Gleisi Hoffmann lança luz sobre o debate em torno do teto de gastos e as estratégias do governo para lidar com os desafios econômicos que o país enfrenta.

O posicionamento do presidente Lula em relação a essa questão deve ser acompanhado de perto, uma vez que pode ter impactos significativos na política econômica nacional.

O não cumprimento do déficit zero e o limite de gasto público no Orçamento da União, como desejam os banqueiros, colocam o ministro Haddad na linha de tiro dos especuladores que atuam no mercado financeiro.

Na sexta-feira (27/10), Lula supersincero disse que “dificilmente” o governo alcançará a meta de déficit zero em suas contas em 2024.

“Eu sei da disposição do Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição. Já dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero”, declarou o presidente Lula.

“Eu não quero fazer corte de investimentos de obras. Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que que é? De 0,25%. o que é? Nada. Absolutamente nada. Vamos tomar a decisão correta e vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil”, emendou Lula.

Durante um encontro com jornalistas, no Palácio do Planalto, o presidente Lula disse ainda que o mercado é ganancioso demais.

“Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai cumprir. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. O país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para este país. Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida”, completou Lula.

Os banqueiros começaram a roer as unhas com a nova postura de Lula, que indica rompimento com o fetiche do teto de gastos.

Note, porém, caro leitor, que Gleisi Hoffmann retomou protagonismo na discussão da economia no governo Lula – o que a deixa mais próxima do Palácio do Planalto que a vã filosofia possa imaginar.

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