Lula (PT) segue na frente a 11 meses da eleição, mas sua vantagem diminuiu em quase todas as simulações da Genial/Quaest, revelando um ambiente mais competitivo e pressão vinda tanto da direita quanto do centro.
O presidente aparece entre 31% e 39% nos cenários de 1º turno.
Na oposição, o melhor colocado é Jair Bolsonaro (PL), mesmo inelegível, com 27%, usado pela Quaest para medir o teto do campo conservador.
Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) registram desempenho semelhante, sem romper barreiras relevantes.
2º turno: vantagem de Lula diminui em quase todos os cenários
Contra Bolsonaro, há empate técnico:
– Lula: 42%
– Bolsonaro: 39%
A distância era maior em rodadas anteriores. Segundo o instituto, medir Bolsonaro, mesmo impedido de concorrer, ajuda a calibrar o potencial de transferência de votos e a força simbólica do bolsonarismo.
Ciro Gomes (PDT) também reduz a diferença:
– Lula cai de 41% para 38%
– Ciro sobe de 32% para 33%
É o duelo mais apertado entre candidatos com elegibilidade garantida hoje.
Direita avança: Tarcísio, Ratinho Jr., Zema e Caiado encurtam a margem
O movimento estrutural do mês está na direita governista. Todos os governadores testados encostam numericamente no presidente:
Tarcísio
– Lula: 41%
– Tarcísio: 36%
(distância caiu de 12 para 5 pontos)
Ratinho Jr. (PSD-PR)
– Lula: 40%
– Ratinho Jr.: 35%
(vantagem caiu de 13 para 5 pontos)
Romeu Zema (Novo-MG)
– Lula: 43%
– Zema: 36%
(diferença cai de 15 para 7)
Ronaldo Caiado (União-GO)
– Lula: 42%
– Caiado: 35%
(queda de 15 para 7 pontos)
É a primeira vez que quatro governadores exibem tendências simultâneas de crescimento.
Michelle Bolsonaro recua; Renan Santos aparece
Michelle registra o pior desempenho do mês:
– Lula: 44%
– Michelle: 35%
Eduardo Bolsonaro também encosta, mas sem força decisiva:
– Lula 43%
– Eduardo 33%
(distância caiu de 15 para 10)
Eduardo Leite (PSDB-RS) melhora seis pontos e reduz a diferença para 13.
A novidade é Renan Santos (Missão):
– Lula: 42%
– Renan: 25%
É a maior vantagem de Lula em todos os cenários testados.
Rejeição e potencial de voto explicam o aperto
A rejeição de Lula oscila para cima:
– 53%, contra 51% em outubro.
A oposição vive melhor momento no quesito rejeição:
Tarcísio, Ciro e Ratinho Jr. recuam alguns pontos.
O dado mais sensível está entre os independentes:
– Rejeição a Lula sobe de 54% para 64%.
– Rejeição à família Bolsonaro segue num piso elevadíssimo: 70%.
É esse travamento mútuo que empurra parte do eleitorado a buscar “terceiras vias”.
Eleitorado quer algo novo
Quando perguntados sobre o “resultado ideal” da eleição:
– 24% querem um candidato “nem-nem”.
– 17% querem alguém “de fora da política”.
Somados, são 41% pedindo um nome novo.
E mais:
– 59% preferem que Lula não dispute a reeleição.
– 67% acham que Bolsonaro deveria desistir e apoiar outro nome.
Pesquisa
– 2.004 entrevistas
– 6 a 9 de novembro
– Margem de erro: 2 pp
– Confiança: 95%
– Encomenda: Genial Investimentos
Como ler a pesquisa Quaest
A pesquisa mostra uma disputa aberta e fluidificada. Lula segue líder, mas enfrenta erosão entre independentes e setores de renda mais alta.
A direita governista [Tarcísio, Ratinho, Zema e Caiado] vira o jogo político ao se tornar opção mais viável do que a linha bolsonarista tradicional.
Segundo a pesquisa, a Faria Lima tenta criar um cenário de saturação do duelo Lula x Bolsonaro e envia recado claro: quer “renovação” preferencialmente com Tarcísio, portanto, anti-Lula e anti-PT.
Note que Genial é um banco, que torce pelo governador de São Paulo, a exemplo dos demais oligarcas da Faria Lima.
O Blog do Esmael seguirá monitorando cada movimento dessa dança do poder.

Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.






