Uma rápida checagem no site do Ministério da Defesa nesta sexta, 31 de março, nenhuma menção à data que é associada ao golpe militar de 1964. Isso não ocorria há quatro anos, período que o antigo governo de Jair Bolsonaro exaltava torturadores, assassinos e o movimento que ceifou a democracia brasileira pelo período de 21 anos, entre 1964 e 1985.
Tampouco o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), até agora, se manifestou acerca do golpe militar de 64. Na agenda oficial do mandatário, nenhuma autoridade militar irá vê-lo hoje, ou vice-versa. O petista tem apenas encontros com ministros da área política: Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Jorge Messias (AGU) e Rui Costa (Casa Civil).
No entanto, o presidente Lula prestigiou os militares nos últimos dias participando de agendas e prometendo o reaparelhamento das forças. O objetivo do governo é despolitizar os quartéis.
“Tenho a palavra das três forças de que vai ter um esforço muito grande para despolitizar as Forças Armadas. Vamos discutir com o Congresso. Temos interesse em mandar o projeto de lei dizendo que quem quiser ser candidato a alguma coisa vá para a reserva. O que não dá é ficar utilizando as Forças Armadas para fazer política”, disse recentemente Lula, em entrevista ao portal Brasil 247.
As páginas na internet do Exército, Marinha e Aeronáutica também não fazem menção ao dia 31 de março como outrora, época do ex-presidente Bolsonaro. As três forças parecem que entenderam seu papel e o momento político do país, que tenta se reconstruir do recente período das trevas.
O ex-presidente Bolsonaro, que retornou ontem (30/3) ao país, depois de três meses de férias nos Estados Unidos, igualmente faz “boca de siri” sobre os 59 anos do golpe militar contra a democracia brasileira.
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