Inflação controlada é ativo de campanha para Lula

O grande discurso econômico da campanha de Lula em 2026 será a inflação sob controle. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já deu a senha. Ele tem repetido que Lula irá terminar o terceiro mandato com a menor inflação acumulada da história do Brasil, batendo o próprio recorde, no segundo mandato.

O segundo ponto da pauta econômica a ser explorado pelo presidente será o desemprego, pela menor taxa acumulada em quatro anos.

Lula ainda deve ter como ativo na campanha a queda dos juros, já que a tendência é de início de ciclo de queda no próximo ano, e uma inflação sob controle ajuda no discurso e na pressão – que o governo irá fazer – pelo início e pela envergadura da queda.

Para a oposição, bater nos juros altos carrega um risco, já que o governo irá se defender dizendo que o BC é independente, conforme proposta que ganhou tração na gestão de Paulo Guedes no Ministério da Economia, restando poucos argumentos para o campo oposicionista. A crítica à política fiscal, que é mais factível, é um discurso que agrada ao empresariado e à elite econômica, mas tem pouca capilaridade entre as classes que são maioria no Brasil.

Para além desses três grandes temas, projetos econômicos que trazem alívio aos bolsos também serão ativos eleitorais do presidente, como a isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000, a ampliação da tarifa social de luz, a universalização do Pé-de-Meia (se for viabilizado), entre outros.

Não resta dúvidas que o presidente Lula está no seu melhor momento do terceiro mandato, tanto é que a última pesquisa Atlas aponta possibilidade de reeleição do presidente ainda no primeiro turno. Mas é importante pontuar que pesquisas são retratos de um momento e Lula está sozinho na disputa: em plena campanha para a reeleição já há algum tempo, sem ter um adversário definido para 2026 e com o seu principal adversário político preso desde agosto.

Esses movimentos elevaram a pressão entre os entusiastas da candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que ainda veem o recuo do governador de SP como estratégico e profilático, e renovaram as esperanças de que Jair Bolsonaro abençoe a candidatura de Tarcísio ainda este ano, no cenário da prisão iminente em novembro.

Tanto o PL, quanto o Republicanos e o próprio Tarcísio estão usando esse momento de compasso de espera para tentar ganhar musculatura nas negociações. Tarcísio quer escolher o vice (que não seria nenhum dos nomes cotados hoje). O PL exige que Tarcísio se filie ao partido. Já para o Republicanos, o mais importante é manter o governo de SP.

Isolado em casa e desanimado, Jair Bolsonaro tem feito poucas sinalizações, mas uma delas foi a de referendar que Michelle será candidata ao Senado. A demora de Bolsonaro em indicar um sucessor preocupa o PL, pois está atrapalhando a formação dos palanques regionais.

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