Caged: Trabalho precário e intermitente avança no país

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho divulgado nesta sexta-feira (23) aponta para um crescimento do trabalho de tipo intermitente e precarizado em todo país. Em relação ao trabalho formalizado, com carteira assinada, foram abertas 61.188 vagas, um aumento de 0,16% em comparação ao mês de janeiro — um resultado pífio que confirma a permanência do quadro de desemprego e recessão na economia.

Além disso, com a reforma trabalhista do governo golpista, 11.118 trabalhadores de 8.476 empresas aceitaram realizar acordos com a patronal para a demissão, abrindo mão de direitos trabalhistas e sem a presença do sindicato da categoria no ato da rescisão. O estado de São Paulo liderou o nefasto ranking de “acordos” entre patrão e empregado (3.257), seguido por Paraná (1.214), Minas Gerais (962), Rio de Janeiro (941) e Rio Grande do Sul (901), segundo o  atual relatório do Caged.

O trabalho intermitente, modalidade em que se ganha por hora trabalhada e não há garantia de jornada ou remuneração mínima por mês, também registrou aumento nas contratações. Foram registradas 2.660 admissões e 569 desligamentos nessa modalidade, o que gerou um saldo de 2.091 empregos. As admissões concentraram-se principalmente em São Paulo (816 postos), Rio de Janeiro (258 postos), Minas Gerais (257 postos), Distrito Federal (182 postos) e Espírito Santo (163 postos). As admissões foram majoritariamente registradas nos setores de Serviços (1.206 postos), Comércio (585), Construção Civil (410) e Indústria de Transformação (395).

No regime de trabalho precarizado, foram registradas 6.490 admissões e 3.423 desligamentos, gerando saldo positivo de 3.067 empregos. As maiores quantidades de admissões foram observadas em São Paulo (1.314 postos), Ceará (876), Minas Gerais (634), Goiás (393), Paraná (373) e Rio de Janeiro (348). Do ponto de vista setorial, as admissões concentraram-se nos Serviços (4.551 postos), Comércio (1.169), Indústria de Transformação (508) e Agropecuária (150).

Na categoria de Teletrabalho, foram registradas 362 admissões e 243 desligamentos, gerando saldo positivo de 119 empregos. Os estados que mais admitiram nessa modalidade foram São Paulo (67 postos), Minas Gerais (50), Espírito Santo (40), Rio de Janeiro (40), Bahia (22) e Ceará (22). As  admissões concentraram-se nos Serviços (190 postos), Comércio (88), Indústria de Transformação (44) e Construção civil (20).

Economia

Do total de vagas formais abertas em fevereiro, cinco dos oito principais setores econômicos tiveram saldo positivo. O principal deles foi o de Serviços, com a criação de 65.920 novos postos de trabalho, crescimento de 0,39% sobre o mês anterior.

A Indústria de Transformação foi o segundo setor com melhores resultados (+17.363 postos), com um acréscimo de 0,24% sobre janeiro.

O terceiro melhor resultado ficou com a Administração Pública (+9.553 postos), seguido de Serviços Industriais de Utilidade Pública (+629 postos) e Extrativa Mineral (+315 postos).

Três setores apresentaram saldos negativos: Comércio (-25.247 postos), Agropecuária (-3.738 postos) e Construção Civil (-3.607 postos).

*Com informações da CUT