Dia das Mães: História, obstáculos e realidade no Brasil

O Dia das Mães é uma data comemorativa celebrada em mais de 40 países, dedicada a homenagear a figura materna e a maternidade. No Brasil, o Dia das Mães é celebrado no segundo domingo de maio, que este ano caiu no dia 11, enquanto em Portugal e nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) ocorre no primeiro domingo de maio.

A origem do Dia das Mães remonta aos Estados Unidos, com a ativista Ann Maria Reeves Jarvis, que, em 1858, fundou os Mothers Days Works Clubs, uma iniciativa para reduzir a mortalidade infantil em famílias de trabalhadores. Posteriormente, em 1870, a escritora Julia Ward Howe lançou o manifesto Mother’s Day Proclamation, pedindo paz após a Guerra de Secessão.

Foi apenas em 1907, graças à filha de Ann Maria, Anna Jarvis, que o Dia das Mães ganhou forma moderna. Ela organizou um memorial em homenagem à sua mãe e lançou uma campanha para tornar a data um feriado oficial nos Estados Unidos. Em 1914, o presidente Thomas Woodrow Wilson oficializou o segundo domingo de maio como o Dia das Mães.

No Brasil, o Dia das Mães foi introduzido pela Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul (ACM-RS), com a primeira celebração em 12 de maio de 1918, em Porto Alegre. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio, atendendo ao pedido das feministas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Em 1947, o Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara, incluiu a data no calendário da Igreja Católica.

Leia também: Mães pretas perdem mais seus filhos nas operações policiais

Saiba mais: Ser mãe nunca foi tão perigoso quanto no governo Bolsonaro

Maringá 78 Anos

O Dia das Mães é uma das datas mais importantes para o comércio em diversos países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos, ficando atrás apenas do Natal. No Brasil, a data movimenta bilhões no comércio, com alta demanda por presentes, flores, perfumes e jantares em família.

Ser mãe no Brasil é, para muitas, um ato de resistência. O país ostenta altos índices de desigualdade social, o que significa que a experiência da maternidade varia drasticamente entre classes sociais e regiões. Mães de periferias e áreas rurais enfrentam dificuldades de acesso à saúde, educação e segurança.

Mas nenhuma maternidade no Brasil é tão marcada pela dor e pela luta quanto a maternidade negra. Para as mães pretas, o amor e o cuidado são frequentemente ofuscados pelo medo — medo de perder seus filhos para a violência, especialmente a violência policial.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, jovens negros têm quase três vezes mais chances de serem vítimas de homicídio no Brasil em comparação com jovens brancos. E muitas dessas mortes têm como responsáveis as forças de segurança pública, em operações que transformam favelas em zonas de guerra.

Embora tenha se tornado uma data comercialmente relevante, o Dia das Mães mantém seu propósito original de homenagear o papel materno e fortalecer os laços familiares. É um momento para refletir sobre o papel das mães na sociedade e valorizar suas contribuições.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *