O desembargador Marcelo Malucelli, do TRF4, decidiu se afastar de processos relacionados a Rodrigo Tacla Duran, operador da Odebrecht, por “questões familiares”. Malucelli menciona ataques sofridos e ameaças à integridade física e moral de sua família, incluindo um telefonema anônimo ameaçador recebido por seu filho, sócio de Sergio Moro em um escritório de advocacia.
Embora não haja impedimento legal para a atuação do desembargador em casos relacionados a Moro, Malucelli e seus colegas avaliam que sempre haverá desgaste para sua imagem pública ao decidir em casos que possam ter relação com o senador. Isso porque ambos possuem uma conexão extra processual, já que Malucelli é pai do sócio do ex-juiz em um escritório de advocacia.
Na última quarta-feira, Malucelli decidiu que as decisões do novo responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, posteriores à ordem do STF de que o caso Tacla Duran corra na Suprema Corte, não são válidas, o que resultou na restabelecimento da ordem de prisão contra Tacla Duran expedida por Moro há sete anos. Dois dias após a divulgação da nota, o desembargador enviou um ofício ao STF negando ter determinado a prisão e o TRF4 retirou a notícia de seu site.
O afastamento de Malucelli de casos envolvendo Tacla Duran pode ter impactos significativos na condução do processo, já que o desembargador é ligado à Lava Jato. É importante lembrar que Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro e operar propinas para a Odebrecht.
No entanto, Tacla Duran acusou membros da antiga força-tarefa em Curitiba de extorqui-lo para não ser preso. Essa investigação está no STF porque envolve o deputado Deltan Dallagnol, deputado federal pelo Podemos, e o senador Sergio Moro, do União, ambos eleitos, pelo estado do Paraná.
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