Requião Filho*
“Conta-me o teu passado e saberei teu futuro”, cravou o sábio chinês Confúcio, vinte e cinco séculos atrás.
Há milênios o pensador nos impulsiona num revoar de reflexões, nunca velhas, nunca ultrapassadas. E ainda há aqueles que não aprenderam.
Apreciadores de mordomias vivem muito bem o presente, mas desprezam o passado e as histórias de bons exemplos.
Quando olho a situação da segurança pública do Paraná, me assusto, cada dia mais, com o que infelizmente vejo, ouço e sinto.
Vejo a manipulação do marketing que mente, maquia, ilude.
Vejo a polícia imobilizada seguindo modelos ultrapassados, que acaba por não conseguir prestar seu serviço de forma democrática e eficaz.
Vejo que a segurança pública precisa ser discutida por quem a entende e por pessoas abertas ao diálogo com a população, que compreendam a exclusão social e os fatores que geram a violência. à‰ necessário aproximar o policial do cidadão.
Não se pode perder de vista que a questão da segurança encontra-se diretamente relacionada à oferta e qualidade de emprego, moradia, saneamento, asfalto, saúde, educação e, especialmente, à valorização e reconhecimento da corporação que defende a população. Por esta razão, é necessário garantir-lhes condições dignas de trabalho.
Almejo como todos a viabilização de uma polícia cidadã e efetivamente parte e perto do povo. Uma polícia de todos, do Abranches ao Tatuquara, de Paranaguá à Foz do Iguaçu, de General Carneiro à Jardim Olinda. A polícia da mobilidade e do movimento, cotidianamente ao lado da população, trazendo o Estado para os caminhos do equilíbrio e do pacto pela paz.
Idealizo, ainda, uma segurança pública de diálogo franco, sincero e objetivo, envolvendo todos os setores da sociedade na busca por soluções que diminuam o conflito de classes, a miséria e a falta de perspectiva que geram a violência e abrem as porteiras para a criminalidade.
Gostaria de ver em franco funcionamento uma polícia da democracia e da eficiência, de porta em porta, do atendimento imediato por celular na mão do policial militar. à‰ necessário que o policial seja valorizado e humanizado, devidamente armado, orgulhoso por pertencer a corporação, sustentado moralmente por um governo forte e corajoso que lhe ampara na luta contra o crime, com salários em dia, embarcado em viaturas abastecidas e bem mantidas, alimentado e, podendo contar com os animais da corporação, pronto para o combate.
A polícia pode, conforme já ocorreu no passado, estar de fato perto do povo e por ele trabalhar, a exemplo do que outrora ocorreu no bairro Zumbi dos Palmares, em Colombo, onde havia patrulhamento ostensivo, asfalto novo, moradia digna, mercearia abastecida, cidadão feliz vez que longe da enchente e do barraco de lata, o qual podia sorrir com dignidade. Antes um bairro violento e abandonado, ganhou nova vida. Este é um exemplo de uma mudança para a construção de um Estado melhor e é a prova de que, quando existe vontade política, vidas podem ser transformadas.
O exemplo acima mencionado é a prova de que é possível se levar urbanização, saúde e estímulo a todos os cantos, fazendo renascer a honra de ser paranaense e pertencer a uma comunidade cheia de dignidade e com espaço para o crescimento e o desenvolvimento sustentável.
Assim, seguindo os bons trilhos já percorridos no passado, espero que o futuro, nos reserve o desenvolvimento e o dinamismo honesto e sincero que nos estimula e faz crescer.
Deste modo, eu, assim como todo o povo, sonho com um governo humilde, verdadeiro, democrático, reto, dinâmico e comprometido com a realidade da população e que por ela trabalhe, trazendo segurança plena e promovendo a verdadeira justiça social.
*Requião Filho é advogado, especialista em políticas públicas, escreve à s quintas no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.