Retorno às aulas incerto pelo sistema híbrido no Paraná, segundo a APP-Sindicato

  • Educadores denunciam falta de condições sanitárias e descumprimento de regras pelo governo Ratinho Junior
  • Em retorno conturbado, Secretaria da Educação expõe educadores ao risco de contaminação e não respeita sequer decreto do próprio governo

A APP-Sindicato, entidade que representa 120 mil educadores paranaenses, garante que o governador Ratinho Junior (PSD) não preparou as 2,1 mil escolas da rede público para o retorno das aulas, no dia 1º de março, pelo sistema híbrido.

Segundo o Sindicato dos professores e funcionários de escolas, não há equipamentos e treinamento para evitar que o vírus se alastre entre os mais de 1 milhão de alunos, pais, familiares e educadores de todo o estado.

A APP-Sindicato diz que a Semana Pedagógica tem evidenciado a incapacidade do Governo do Paraná de garantir a segurança das comunidades escolares com a volta às aulas presenciais.

A Semana, dedicada à preparação dos professores para o ano letivo 2021, tem acontecido sem que seja respeitado o protocolo de biossegurança para conter a epidemia de Covid19.

A APP-Sindicato tem recebido denúncias de professores de todas as regiões do Paraná sobre aglomeração de pessoas, falta de equipamentos de proteção individual e até desrespeito do distanciamento mínimo.

“A Secretaria da Educação não está cumprindo as regras fixadas pelo próprio Governo do Estado”, denuncia o professor Daniel Nascimento Matoso, presidente do Núcleo da APP em Cascavel. “O Governo do Estado exige que essa formação seja feita presencialmente, expondo desnecessariamente os professores”, afirma.

Economia

Matoso relata que na manhã de quinta-feira (11) constatou o descumprimento do protocolo de biossegurança na escola em que trabalha, a Padre Carmelo Perroni, em Cascavel. “Não havia aferição de temperatura na entrada. Álcool gel, só na secretaria da escola. Eram mais de 60 pessoas reunidas, em cadeiras com no máximo 1 metro de distância”, conta. Decreto do Governo do Estado determina reuniões com no máximo 25 pessoas, distantes pelo menos 1,5 metro umas das outras.

Na tarde de quinta-feira, Matoso visitou outras duas escolas em Cascavel e constatou situações semelhantes de descumprimento do protocolo para evitar disseminação do coronavirus. “Na Heliodoro Ébano Pereira e na Wilson Jofre havia mais de 50 pessoas reunidas numa sala. Falei aos colegas sobre o risco a que estavam expostos, mas eles não podem se ausentar, são obrigados a estar presentes”, diz.

As situações relatadas por Matoso deixam claro que, ao contrário do que tem dito à imprensa Renato Feder, secretário da Educação do Paraná, as escolas não têm estrutura para o início das aulas híbridas, previstas para começar no dia primeiro de março. “Se não tem segurança para os educadores, que são apenas parte da comunidade escolar, imaginem com o retorno dos estudantes às aulas presenciais”, destaca a APP-Sindicato.

Segundo o Sindicato, o retorno às aulas híbridas incerto no Paraná –apesar de o governo definir 1º de março.

Os educadores não descartam a greve contra o sistema de volta às aulas híbridos, sem equipamentos, sem distanciamento social e sem vacinas.