Sob Bolsonaro e Guedes PIB desabou 14,24% em apenas um ano

É um horror, como diria o saudoso jornalista Paulo Henrique Amorim. Em apenas um ano, o Produto Interno Bruto (PIB) desabou 14,24% sob a batuta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da Economia, Paulo Guedes.

A dupla diabólica mergulha o país no desastre econômico com o aplauso da velha mídia –leia-se Globo, Veja, Estadão, Folha, etc.–, que tem parte com o diabo.

O colosso de Guedes mostra o país à beira da convulsão, com 50 milhões de brasileiros vivendo no mercado informal.

O Banco Central divulgou na manhã desta quarta-feira (14), o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia informal do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas pelo país entre maio de 2019 e maio de 2020. Os dados mostram uma queda brutal de 14,24% da economia.

O resultado mostra o impacto da pandemia do coronavírus sobre o país, provocando a paralisação de diversos setores da economia em maio.

Na avaliação do PT, principal partido de oposição, este é o retrato mais bem acabado da política de destruição nacional empreendida pelo presidente Jair Bolsonaro e executada pelo ministro Paulo Guedes. O Brasil permanece em recessão e pode ter um quadro pior nos próximos meses, por conta do desemprego crescente.

Economia

“É um desastre sem precedentes para o país e o povo brasileiro, com o extermínio de milhões de empregos, aumento da desigualdade e da concentração de renda nas mãos dos ricos”, criticou a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

“É um colosso erguido por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes em nome da agenda neoliberal que simplesmente está transformando a vida dos brasileiros num pesadelo”. O país tem mais de 72 mil mortos pelo Covid-19 e se aproxima da marca de 1,9 milhão de casos de pessoas infectados pelo coronavírus.

‘Impeachment Já’ de Bolsonaro
Na avaliação do PT, o resultado do IBC-Br mostra que se o povo brasileiro não pressionar o Congresso e as classes dominantes, em mais seis meses, o país estará sob ruínas: mais pobre, mais endividado e sem política de desenvolvimento, justiça social e crescimento econômico.

“A hora é de pressionarmos pelo impeachment de Jair Bolsonaro e retomarmos um caminho de prosperidade, porque desde a saída do governo da presidenta Dilma Rousseff estamos vivendo a mais perigosa e horrenda política de destruição do país, com entrega de estatais, aumento do desemprego e da desigualdade, com os ricos ganhando mais dinheiro. Basta”, disse Gleisi.

Entre março e maio, a crise provocada pela pandemia fez a economia brasileira despencar 11,43%, conforme dados do Banco Central. No período, o IBC-Br passou de 139,84 pontos para 120,42 pontos. É o maior recuo porcentual para um período de três meses em toda a série histórica do BC, iniciada em janeiro de 2003. Nem na crise fiscal de 2015 e 2016 ou na turbulência global de 2008 o Brasil registrou uma queda tão intensa da atividade econômica em um período de apenas três meses.

Aposta suicida e ajuste fiscal
De acordo com o IBC-BR, em maio a economia subiu 1,31%, muito abaixo da expectativa do mercado financeiro. Conforme levantamento do Projeções Broadcast, do Estadão, economistas esperavam por alta entre 1,90% e 7,20% da atividade econômica em maio, após a forte retração de abril, quando o IBC-Br registrou uma desaceleração de -9,45%.

A situação é considerada dramática porque Paulo Guedes e a equipe econômica do governo continuam fazendo uma aposta suicida de ajuste fiscal vigoroso, na contramão do que outros países estão fazendo. A economista Laura Carvalho, em entrevista à Folha nesta terça-feira, criticou a posição do Ministério da Economia de defender a retomada rápida do ajuste fiscal em 2021, após aumento de gastos para injetar este ano recursos na saúde e minimizar os danos econômicos da crise sanitária.

“No nosso caso, nós nem sequer saímos da primeira onda. Temos uma constante piora do quadro e junto com isso uma tentativa precipitada de reabertura que não nos levará a lugar algum”, criticou. Segundo Laura, que é professora do Departamento de Economia da USP, o equilíbrio da dívida pública deveria ser buscado de forma lenta e gradual ao longo dos anos.

“No ano que vem o teto de gastos volta a valer, e as projeções da Instituição Fiscal Independente, ligada ao Senado, indicam que cumprir o teto significa paralisar a máquina pública”, aponta. Ela adverte que não haverá espaço sobrando para expandir investimentos públicos ou promover a proteção social.

Nas próximas semanas, o PT deve apresentar o primeiro esboço do plano de reconstrução e transformação do Brasil para recolocar o Estado Nacional e o aprofundamento da democracia no centro do debate sobre soluções para a crise. O projeto passa por defesa da vida, do emprego e da renda, da valorização da democracia e da soberania nacional.

A ideia é apresentar uma proposta de superação da crise social, econômica e política agravada pelo governo Bolsonaro, que aprofundou a desigualdade no país e colocou o Brasil no seu pior momento da história.

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  • O governo e a mídia deveriam ter vergonha por ‘caçar’ cotistas nas universidades

    Subitamente, o governo abriu uma implacável caçada a supostos fraudadores de cota racional nas universidades públicas. Com a histeria da velha mídia, relatam a expulsão de alunos aqui e acolá, quando ambos deveriam ter vergonha da não oferta universal do ensino superior.

    O direito do acesso à educação está inscrito na Constituição Federal em diversos capítulos, a começar pelo II, artigo 6º e seguintes.

    A educação é um direito fundamental inalienável, condição para a dignidade humana, portanto dever do Estado.

    Mídia e governo, bem como as universidades públicas, ao invés de linchar alunos, deveriam lutar pela universalização do ensino público e gratuito.

    As cotas raciais são importantes para a afirmação de políticas públicas, mas elas reforçam um modelo educacional excludente e mercantilizado.

    Qual o orçamento do ensino superior público brasileiro? No ano passado, o governo executou orçamento de cerca de R$ 30 bilhões no ensino superior. Para 2020, no entanto, esse valor poderá ser reduzido para R$ 20 bilhões.

    E quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, torrou com os bancos durante a pandemia do novo coronavírus? Pasme, R$ 2 trilhões somente em março. Esse valor doado aos banqueiros daria para universalizar o ensino superior gratuito para todos os brasileiros, argentinos, venezuelanos, chilenos e colombianos.

    A velha mídia deveria ter vergonha de reverberar essa falsa indignação com supostos fraudadores de cotas raciais. A palavra-de-ordem da comunidade universitária é UNIVERSALIZAÇÃO do acesso e fora, Guedes!

    O distinto público precisa se atentar com essa repentina campanha porque ela não é para a exceção, meia dúzia de fraudadores, mas é contra todo o sistema de cotas raciais nas universidades. O governo planeja eliminar essa política pública, pois ele já declarou isso em momentos anteriores.

    Lembra do último ato de Abraham Weintraub, antes de fugir para os Estados Unidos?