Bolsonaro condecora acusador e acusado: Augusto Aras e Abraham Weintraub

Bolsonaro resolveu agradar quem pode “ferrar” com seu desgoverno e os “puxa-sacos” mais exemplares. Para isso, o presidente lançou mão da Ordem do Mérito Naval.

Foram condecorados o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o ministro da falta de Educação, Abraham Weintraub.

Ou seja, receberam o agrado o responsável por acusar os possíveis crimes do presidente e dos ministros, além do ministro que claramente injuriou os membros do Supremo Tribunal Federal.

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Leia o trecho do decreto publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira:

“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,caput, inciso XXI, da Constituição, tendo em vista o disposto no art. 12 e no art. 29 do Regulamento da Ordem do Mérito Naval, aprovado pelo Decreto nº 3.400, de 3 de abril de 2000, e na qualidade de Grão-Mestre da Ordem do Mérito Naval, resolve:

ADMITIR, no Quadro Suplementar da Ordem do Mérito Naval, no grau de Grande Oficial, as seguintes personalidades civis:

  • ABRAHAM BRAGANÇA DE VASCONCELLOS WEINTRAUB, Ministro de Estado da Educação;
  • MARCELO HENRIQUE TEIXEIRA DIAS, Ministro de Estado do Turismo;
  • JORGE ANTONIO DE OLIVEIRA FRANCISCO, Ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República;
  • ANTÔNIO AUGUSTO BRANDÃO DE ARAS, Procurador-Geral da República;
  • FRANCISCO PLÍNIO VALÉRIO TOMAZ, Senador da República;
  • CARLOS EDUARDO TORRES GOMES, Senador da República;
  • IRAJÁ SILVESTRE FILHO, Senador da República;
  • HELIO FERNANDO BARBOSA LOPES, Deputado Federal;
  • JOZIEL FERREIRA CARLOS, Deputado Federal;
  • LUIZ PHILIPPE DE ORLEANS E BRAGANÇA, Deputado Federal;
  • LUIZ ARMANDO SCHROEDER REIS, Deputado Federal;
  • ANDRÉ ARANHA CORRÊA DO LAGO, Embaixador;
  • MARIA ELISA TEÓFILO DE LUNA, Embaixadora;
  • MANUEL INNOCÊNCIO DE LACERDA SANTOS JUNIOR, Embaixador;
  • RONALDO COSTA FILHO, Embaixador;
  • TARCISIO DE LIMA FERREIRA FERNANDES COSTA, Embaixador;
  • MARCO FARANI, Embaixador;
  • JOÃO BATISTA BRITO PEREIRA, Ministro do Tribunal Superior do Trabalho;
  • REINALDO JOSÉ DE ALMEIDA SALGADO, Ministro de Primeira Classe;
  • JOÃO GENÉSIO DE ALMEIDA FILHO, Ministro de Primeira Classe;
  • KENNETH FÉLIX HACZYNSKI DA NÓBREGA, Ministro de Primeira Classe;
  • BANGUMZI SIFINGO, Chefe Interino de Assuntos Internacionais de Defesa – África do Sul;
  • FATIH BIROL, Diretor-Executivo da Agência Internacional de Energia – Turquia;
  • RAFAEL MARIANO GROSSI, Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica – Argentina;
  • WEDER DE OLIVEIRA, Ministro-Substituto do Tribunal de Contas da União;
  • MARISETE FÁTIMA DADALD PEREIRA, Secretária-Executiva do Ministério de Minas e Energia;
  • MARCOS ROSAS DEGAUT PONTES, Secretário de Produtos de Defesa;
  • VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS, Presidente do Tribunal Regional Federal 4ª Região; e
  • ANDRÉ LUIS GUIMARÃES GODINHO, Conselheiro do Conselho Nacional de Justiça.

Também chama a atenção nessa lista o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, aquele do laranjal mineiro do PSL, cujo verdadeiro nome é Marcelo Henrique Teixeira Dias.

Bolsonaro ‘chifrou’ em todos os namoros; confira o histórico

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é recorrente no uso de expressões como “namoro”, “noivado” e “casamento” para justificar ações de seu governo.

Na noite desta quinta-feira (28), durante uma live, o presidente da República afirmou que pode indicar o procurador-geral da República Augusto Aras para o Supremo Tribunal Federal (STF) ‘se aparecer uma terceira vaga’ no curso do mandato.

“Tem uma vaga prevista para novembro, outra para o ano que vem. O senhor Augusto Aras, nessas duas vagas, deixo bem claro, não está previsto o nome dele. Eu costumo dizer que tenho três nomes – que não vou revelar – que eu namoro para indicar para o Supremo Tribunal Federal. Um vai ser evangélico, é um compromisso que eu tenho com a bancada evangélica”, disse o presidente Bolsonaro.

É bom Aras colocar a barba de molho porque o retrospecto é negativo para quem Bolsonaro prometeu namoro, noivado ou casamento. O presidente chifrou a todos nesses relacionamentos fugazes.

Então, vejamos:

  • Gustavo Bebianno – ministro da Secretaria Geral, em 18 de fevereiro de 2019;
  • Ricardo Vélez – ministro da Educação, em 8 de abril de 2019;
  • Santos Cruz – ministro da Secretaria de Governo, em 13 de junho de 2019;
  • Floriano Peixoto – ministro da Secretaria Geral, em 20 de junho de 2019;
  • Onyx Lorenzoni* – ministro da Casa Civil, em 13 de fevereiro de 2020;
  • Osmar Terra – ministro da Cidadania, em 13 de fevereiro de 2020;
  • Gustavo Canuto – ministro do Desenvolvimento Regional, em 6 de fevereiro de 2020;
  • Luiz Henrique Mandetta – ministro da Saúde, em 16 de abril de 2020;
  • Sérgio Moro – ministro da Justiça, em 24 de abril de 2020;
  • Nelson Teich – ministro da Saúde, em 15 de maio de 2020; e
  • Regina Duarte – secretária da Cultura, em 20 de maio de 2020.

*Onyx Lorenzoni foi rebaixado para a Cidadania.

Note o caríssimo leitor que a “fidelidade” não é o forte do presidente Jair Messias Bolsonaro. Pelo contrário. O chifre é a regra em relação aos seus auxiliares e aliados políticos, embora a retórica pública seja outra.

“Voltamos a namorar. Está tudo bem com Rodrigo Maia”, disse Bolsonaro no dia 14 de maio de 2020, em público, mas isso não impediu que o “Gabinete do Ódio” desancasse o presidente da Câmara nas redes sociais.

Os dois mais notórios ‘chifrados’ foram a atriz Regina Duarte e o ex-ministro Sérgio Moro.

Depois de um ‘noivado’ longo, que durou 47 dias, a atriz Regina Duarte confirmou o ‘enlace’ com Bolsonaro. Como numa novela, o ‘casamento’ entre os dois acabou após o presidente da República ser flagrado ‘pulando a cerca’ com o também ator Mário Frias. O moço foi usado para fritar [humilhar] a secretária Nacional da Cultura.

Moro tinha a promessa de ser nomeado para uma vaga do Supremo Tribunal Federal, mas, por desavença, levou um pé na bunda do presidente Jair Bolsonaro.

Aras, independente de ser comunista ou não, deveria levar em consideração a velha máxima de Karl Marx: ‘A história se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.’

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