Coronavírus: Comitê Unificado de Lutas exige medidas de Greca e Ratinho


O Comitê Unificado de Lutas do Paraná, que reúne inúmeras entidades sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda, lançou documento defendendo um conjunto de medidas protetivas frente ao avanço da pandemia do coronavírus e dos efeitos da epidemia na vida dos trabalhadores e da população mais pobre.

A nota critica ainda a inoperância do prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e do governador Ratinho Junior no enfrentamento consequente ao coronavírus, com a adoção de medidas sanitárias ao lado de ações para garantir a renda e o emprego dos trabalhadores.

“Neste momento, entendemos que a prioridade é garantir a saúde e a vida das pessoas. Por isso, apoiamos todas as medidas que são consenso entre os especialistas mundiais na área da saúde e as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), como o isolamento social para todos que puderem e proteção rigorosa para aqueles que são obrigados a manter suas atividades em contato com outras pessoas. A grande maioria dos curitibanos, dos paranaenses e dos brasileiros entende essa necessidade e precisa ter todas as garantias dos governantes para poder seguir estas recomendações”, aponta o documento.

Segundo o Comitê Unificado, “os governos estaduais e municipais, em regra, embora não tenham tido o mesmo comportamento irresponsável do presidente e até, em alguns casos, tenham confrontado Bolsonaro, ficaram muito aquém do necessário para proteger as pessoas. Não há Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) suficientes nem para os profissionais da saúde, que estão arriscando a vida diariamente para fazer seu nobre trabalho”.

“Em diversas cidades do Paraná, prefeitos contam com a omissão do governador Ratinho Jr, para relaxar as medidas de isolamento social. Além disso, em alguns segmentos econômicos os trabalhadores estão sendo demitidos ou tendo seus salários reduzidos. Para ficarmos em dois exemplos, o grupo Madero demitiu 600 funcionários e algumas empresas do transporte coletivo e da alimentação de Curitiba reduziram em 50% os salários dos seus trabalhadores, justo destes que estão se expondo ao vírus ao garantir os serviços essenciais”, denuncia o Comitê Unificado.

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Medidas emergênciais apresentadas pelo Comitê Unificado de Lutas para os governos federal, estaduais e municipais:

– Manutenção do isolamento social horizontal até quando for necessário, conforme orientação da OMS e cientistas da área da saúde, lembrando que este mês de abril está sendo considerado como o pico da pandemia;

– Prover todos trabalhadores dos serviços essenciais, particularmente os da saúde, de máscaras, luvas e todos os equipamentos necessários para proteger-lhes a saúde e evitar o contágio (EPIs);

– Requisição de bens privados, como leitos de hospitais particulares, para atendimento pelo SUS das pessoas infectadas, sempre que necessário;

– Há várias denúncias de que pessoas que buscam o atendimento estão encontrando dificuldades. É preciso ampliar a rede de atendimento à saúde e garantir mais transparência nas informações;

– O governo do Paraná e os prefeitos das principais cidades do Paraná devem investir em testes, condição fundamental para adotar as medidas mais adequadas apara conter o avanço da doença;

– Produção nacional na quantidade necessária de Equipamentos de Proteção Individual-EPIs, o que certamente exigirá uma reconversão industrial em certo nível. O Paraná tem diversas indústrias de diferentes ramos de produção, o governador deve mobilizar setores industriais do estado para produzir e dar suporte a equipamentos e insumos necessários;

– Manutenção dos salários, dos empregos e demais direitos dos trabalhadores enquanto durar o isolamento; nenhum direito a menos;

– Transporte público suficiente para quem precisa trabalhar;

– Prorrogação do prazo de pagamento das tarifas de água e energia elétrica; gratuidade destas tarifas para as pessoas em situação de maior vulnerabilidade social;

– Redução do preço (ou até gratuidade) do gás de cozinha;

-Que os R$ 600,00 do abono aprovado pelo Congresso sejam pagos imediatamente, a começar pelas famílias mais pobres;

– Manutenção e ampliação do Bolsa Família;

– Garantia de que as crianças das famílias mais necessitadas, que dependem da merenda escolar para se alimentar, recebam recursos suficientes para manter uma alimentação adequada; uma possibilidade de combate a fome é a distribuição de cestas básicas para as famílias mais necessitadas conforme os cadastros das prefeituras;

– Fim da exigência de aulas virtuais (EaD), que prejudicam os alunos que não têm equipamentos em condições técnicas para tal.

*Com informações do Brasil de Fato-PRFoto do Largo da Ordem de Giuliano Gomes/PR Press