Comissão Arns repudia violência da PM na comunidade de Paraisópolis

Protesto em Paraisópolis na noite deste domingo (1°).

A Comissão Arns de Direitos Humanos divulgou nesta terça-feira (3) uma nota de repúdio sobre a morte de nove jovens na comunidade Paraisópolis, ocorrida na madrugada de domingo, após uma ação repressiva da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

A entidade também pede que as “investigações sobre o caso devem ser levadas a cabo de forma transparente e eficaz, com o objetivo de que se faça uma apuração completa das responsabilidades”.

Leia na íntegra a nota Pública da Comissão Arns de Direitos Humanos:

Nota 10# – Repúdio à violência policial na comunidade de Paraisópolis

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns vem a público expressar seu estarrecimento com a morte de 9 adolescentes e jovens na comunidade de Paraisópolis, Zona Sul da capital paulista, sob responsabilidade da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Os integrantes da Comissão Arns prestam total solidariedade aos familiares de Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos; Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16 anos; Gustavo Cruz Xavier, 14 anos; Dennys Guilherme dos Santos Franca, 16 anos; Gabriel Rogério de Moraes, 20 anos; Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos; Eduardo Silva, 21 anos; e Mateus dos Santos Costa, 23 anos. E manifestam a mais profunda indignação com a absoluta falta de respeito à pessoa humana demonstrada pelos agentes do Estado.

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A Comissão Arns deliberou que acompanhará de muito perto as investigações sobre o caso, que devem ser levadas a cabo de forma transparente e eficaz, com o objetivo de que se faça uma apuração completa das responsabilidades.

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A Comissão Arns também levará sua indignação ao governador do Estado de São Paulo, assim como ao Procurador Geral de Justiça e ao Defensor Público Geral, para que medidas concretas sejam tomadas de forma que episódios de graves violações de direitos humanos como esse não se repitam.

Por fim, a Comissão Arns conclama todos os setores da sociedade para que digam um basta ao arbítrio e à violência do Estado, que se atinge sobretudo a população jovem e negra que habita as periferias brasileiras.

Episódios como esse violam direitos e desonram a autoridade pública e os agentes de aplicação da lei.